Academia de Letras e Artes de Cruzeiro – ALAC divulga os resultados do 1º Concurso de Poesia 'Albertina Santos de Paula'
177 poesias! 50 cidades! 14 Estados brasileiros! Os números do 1º Concurso de Poesia ‘Albertina Santos de Paula’ expressam o sucesso do concurso!
O 1º concurso de Poesia ‘Albertina Santos de Paula’, promovido pela Academia de Letras e Artes de Curzeiro – ALAC, revestiu-se de um sucesso absoluto, segundo Eduardo Werneck, presidente da ALAC, em razão dos números apresentados. Foram 177 poesias inscritas, provenientes de 50 cidades e 14 Estados brasileiros!
A homenageada
Werneck, com o sucesso do concurso, entende que a patronesse deste, Albertina Santos de Paula, foi devidamente homenageada. Sobre ela, relembra que: “A ‘dona’ Albertina como a chamávamos em Cruzeiro era uma figura singular! De dia, caso quisessem encontrá-la, estava no caixa da Farmácia que era da família. O estabelecimento, bem no centro da cidade, e em frente à Praça ‘9 de Julho’, acompanhou a história de Cruzeiro. Assim, permitiu à sra. Albertina, com seu agudo olhar, em que se misturava a sensibilidade de uma poetisa ao sentimento altruístico que lhe acompanhava, escrever belas poesias, e editá-las, sempre às suas expensas. Uma heroína da poesia, da vida, da alma e da caridade” – arremata o presidente da ALAC.
Werneck ressalta, também, o corpo de jurados: professora Clenira Mendonça, o poeta Gonçalves Viana, presidente do grupo Coesão Poética de Sorocaba e o escritor, poeta e editor do Jornal Cultural ROL Sergio Diniz da costa .
Abaixo, os resultados do concurso:
1º Lugar – Medalha de Ouro
SANDRA VASCONCELOS BORGES, de Cruzeiro (SP), sob o pseudônimo Icsória e a poesia ‘Pseudo Soneto Fonado’
2º Lugar – Medalha de Prata
PAULO CÉSAR TÓRTORA, do Rio de Janeiro (RJ), sob o pseudônimo Lautaro Porto e a poesia ‘A Mata e o Vento’
3º Lugar – Medalha de Bronze
PAULO CÉSAR TÓRTORA, do Rio de Janeiro (RJ), sob o pseudônimo Lautaro Porto e a poesia‘Primavera‘
A seguir, as poesias vencedoras:
PSEUDO SONETO FONADO
Ouvi os passos da lembrança,
onde a solidão se deita com a saudade.
Imensa ausência fere o meu coração.
E o grito sem eco, segue na alucinação.
Na solidão, a luz trêmula do lampião,
Cria figuras na parede.
As cortinas bailam, beijando a rede.
O vento penteia a cabeleira do campo, como música de ninar.
Me desperto com seu beijo molhado a tangenciar o meu ser.
Beijo roubado no calabouço das vozes que ouço.
Viajo sem pejo pelos caminhos do teu corpo.
Em delírios de quem ama, ignoro o fatal degredo.
Me perco no teu cansaço,
E desabrocho no teu segredo.
A MATA E O VENTO
A ventania, em vórtices velozes,
Revolve a verde copa do arvoredo.
Agita a mata e todo seu folhedo,
No sussurrar insano de mil vozes.
As folhas fremem, frágeis, farfalhando
E, levantando, loucas, em lufadas,
Redemoinham, como almas penadas,
Enquanto explode o vento, vez em quando.
No seu rumor de ramos recurvados
A mata chora em tons entrecortados,
Abrindo os braços num grandioso grito.
Meu coração, também em desatino
― oh, mata! ― tem o mesmo vão destino:
― bradar suas penas num eco infinito…
PRIMAVERA
Desabrocha sorrindo a beleza da vida.
Primavera! A estação da alegria e do amor…
Os casais se beijando em total despudor
Ornamentam de afeto a pracinha florida.
A fulgência do sol, em dourada investida,
Reverbera no voo do fugaz beija-flor,
Aquarela de tons que nos leva a supor
Ser a felicidade a razão desta vida.
Entre a copa cerrada o hospedeiro arvoredo
Dá aos ninhos, abrigo, em um lúdico enredo
De uma história irreal de mil sonhos dispersos.
E, num canto da praça o poeta, arredio,
Diz ao seu coração que preencha o vazio
E que iluda a tristeza, ao tecer os seus versos