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Sorocabanos são retratados no Dicionário dos Excluídos da História

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A Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) é um projeto que iniciou no ano de 2009, no âmbito do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que prossegue sendo elaborado por docentes e pós-graduandos do Departamento de História da mesma universidade. Ao longo desses quase 12 anos, a ONHB já teve cerca de 450 mil participantes, orientados pelos professores de história de suas escolas, públicas ou privadas.

Entre os dias 3 e 8 de junho de 2019, 6.753 alunos de todo o Brasil criaram o dicionário biográfico Excluídos da História, que inclui 2.251 verbetes sobre personagens raramente estudadas na historiografia tradicional

João de Camargo

Alexandre Vannuchi Leme, João de Camargo e Salvadora Lopes Peres são os sorocabanos que figuram como verbetes no Dicionário dos Excluídos da História, produzido a partir de trabalho realizado por equipes de estudantes participantes da Olimpíada Nacional em História do Brasil, promovida pela UNICAMP em 2019.

Entre os dias 3 e 8 de junho de 2019, 6.753 alunos de todo o Brasil criaram o dicionário biográfico Excluídos da História, que inclui 2.251 verbetes sobre personagens raramente estudadas na historiografia tradicional.

A Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) é um projeto que iniciou no ano de 2009, no âmbito do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que prossegue sendo elaborado por docentes e pós-graduandos do Departamento de História da mesma universidade. Ao longo desses quase 12 anos, a ONHB já teve cerca de 450 mil participantes, orientados pelos professores de história de suas escolas, públicas ou privadas.

Alexandre Vannuchi Leme

Na 11ª ONHB (2019), inspirados em parte pelo debate trazido à esfera pública pelo samba-enredo da Escola de Samba Mangueira (Histórias para ninar gente grande), convidamos os estudantes e seus professores a pensarem sobre o tema “Excluídos da História”.

Baseando-se na expressão que foi amplamente divulgada quando, em 1988, foi publicada pela primeira vez no Brasil a tradução da coletânea de onze textos da historiadora francesa Michelle Perrot, aqui intitulada de “Os Excluídos da História” (São Paulo, ed. Paz e Terra), a organização da ONHB afirma que nessa obra autora trazia um novo olhar para sujeitos da história que eram muitas vezes deixados de lado – a classe operária, as mulheres e os prisioneiros. De fato, essas pessoas não eram excluídas da história, mas sim excluídas das narrativas da história, por escolhas que as tornavam invisíveis ou pouco importantes, narrativas essas que celebravam e criavam heróis e acontecimentos ao mesmo tempo invisibilizando outros sujeitos que, ainda que historicamente igualmente importantes, não eram consideradas como tal.

“Convidamos os participantes da 11ª Olimpíada Nacional em História do Brasil a refletir sobre os excluídos da história do Brasil, e a produzir, a partir de um template por nós criado, quatro páginas de um livro didático imaginário, trazendo um personagem dali ausente, mas por eles identificado como relevante”, informa o material informativo da ONHB. As perguntas lançadas aos participantes incluíam: quem são os sujeitos da história que por muito tempo não mereceram datas comemorativas, monumentos ou destaque dentro dos livros didáticos? Quem são os sujeitos históricos que, embora estudados pelos historiadores e cientistas sociais atualmente e muitas vezes mencionados em sala de aula pelos professores, são rejeitados por parte da sociedade, pela narrativa dominante dos meios de comunicação de massa e até mesmo por uma parcela dos estudiosos que prefere negar a sua importância? Por que alguns protagonistas trazem desconforto às narrativas estabelecidas?

Salvadora Lopes Pere

          Salvadora Lopes Peres foi operária e militante sindical em Sorocaba. Foi a primeira mulher a ser eleita vereadora em 1947, apesar de ter sido cassada no dia da posse sob a acusação de ser comunista. Salvadora Lopes teve sua biografia escrita pelo historiador Carlos Carvalho Cavalheiro em 2001, intitulada “Salvadora!”. O verbete em seu nome foi criado pela equipe “Cleópatras de Taubaté”, formada pelas estudantes Rafaela Elpídio, Giulia de Arruda e Beatriz Lima Ferraz. A equipe foi coordenada pelo professor Marcelo Henrique Leite.

          João de Camargo Barros foi um ex-escravizado que além de criar uma nova religião, construiu um território negro no entorno de sua igreja. O templo que ele construiu continua em pé até os dias atuais, na avenida Barão de Tatuí. João de Camargo foi biografado por diversos autores e pesquisadores como José Carlos de Campos Sobrinho e Adolfo Frioli, Antônio Francisco Gaspar, Genésio Machado, Fernando Lomardo e Sônia Castro e recentemente por Carlos Carvalho Cavalheiro, que lançou o livro “João de Camargo, o homem da Água Vermelha” em junho deste ano.

          Duas equipes retrataram João de Camargo no Dicionário dos Excluídos: “Damas da Noite” de Jaguariúna (SP), formada por Letícia Picceli Lima, Luana Moschella dos Santos e Sabrina Teister Orrico, com a orientação do professor Daniel Florence. A outra equipe que retratou João de Camargo é de Sorocaba, a “IJW”, formada por Igor Gava Rubinato, João Vitor Hartung Toppa e João Vitor Wenceslau que foram orientados pelo professor Marcelo Henrique Leite.

          Outro sorocabano que entrou como verbete no Dicionário foi Alexandre Vannuchi Leme, estudante e militante contra a ditadura militar que se iniciou com o golpe de 1964. Alexandre foi morto pelas forças de repressão do governo militar em 1973. A equipe que retratou Alexandre Vannuchi foi a “Sincretismo”, de Cubatão, formada por Poliana “Polly” Pires da Silva, Thiago Caldas Bispo e Giovanna de Souza Guimarães Pereira, que foram orientada pela professora Ludmilla Érica Cambusano de Souza.

           O acesso ao Dicionário dos Excluídos da História pode ser feito pelo link: https://www.olimpiadadehistoria.com.br/especiais/excluidos-da-historia/verbetes

 

 

 

 

 

 

Carlos Carvalho Cavalheiro
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