Paulo Siuves: 'Éramos canção'

Paulo Siuves

Éramos canção

 

Dê-me um ré, meu amor,

Sim, esse é meu tom.

Meu ritmo é de valsa

E meu volume é alto,

Não tanto… Nem tanto!

 

Toque-me, sou seu

Violão, seu instrumento,

Sua harpa, sua flauta,

Deixo-te tocar-me,

Suave, porém firme

Deixo-te afinar-me

P’ra não sair do tom

 

Quando nosso canto

For começar, todos

Entenderão que

Temos a cadência

Que muitos e muitos

Jamais perceberam.

No entanto, querida,

Hoje somos pausa;

Distância; silêncio.

Mas, nós dois, outrora

Éramos canção.

* Poema em pentassílabo (redondilha menor), versos livres.

Paulo Siuves

paulosiuves@yahoo.com.br