Ordem dos Segregados de Matancã
Na minha desordem mando eu!
No meu paraíso contenho o meu inferno;
Na minha verdade recolho a minha vida;
Insignificância é o melhor de mim.
Não espere a conta chegar, use o check out.
Viver sem ter que fazer nada não é opção.
Na minha desordem eu decido quem fica;
A minha resiliência já está muito cansada
E o meu olho direito agora cismou que é uma fonte com peixes dourados;
Ainda por cima, fala para a mão que ela pode escolher qual tapa ela quer usar.
Meu olho esquerdo está doido…
Na minha desordem ninguém põe os pés;
Eu sei aonde a estrada vai dar.
E o curso, já começou? Então estude.
Sabe quem fala Rotokas para traduzir minha poesia?
Em meu Matancã ninguém sobrevive.
Lugar miserável. Misericórdia!
Agora é madrugada, faça silêncio.
Se quer saber, vou te dizer.
Na minha desordem mando eu… Entendeu, né?
Arreda pra lá um tiquinho
E dá espaço para a ordem.
Repitam após mim:
(Em voz alta, por favor)
– Na minha desordem mando eu!
Paulo Siuves
paulosiuves@yahoo.com.br
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