Irene da Rocha: Poema ‘Palavras ao vento’
No caminho do verso, incerto eu sigo,
Nas asas do devaneio, meu abrigo.
Com nobreza e gentileza, a palavra se alça,
Elegante, clássica, em cada frase que enlaça.
Não sou alicerce perene, mas o salto incerto,
Desmorono lentamente, num eterno concerto.
Levo a ruína que se sente, em cada passo,
Tornando pó, num ritual, o meu espaço.
Não me abraço à escrita libertina, nem à sina,
Na eloquente falta de harmonia, a ruína.
Não me destino a um paraíso de fantasia,
Mas rimando, pela melodia, encontro a poesia.
Assim, nas palavras vãs, anonimato enfeito,
No ritmo da rima, o meu canto perfeito.
Irene da Rocha
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