Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘A janela e o Sol’
A tarde agoniza,
abrem-se as cortinas do crepúsculo,
acende os olhos do ocaso
na varanda do tempo.
Na penumbra do poente
resvala a saudade.
Saudades que pelas frestas
da janela
derramadas pela rua se vão.
Casa nua,
deserta,
e a janela na sua solidão,
chora,
na tarde desnudada e fria.
Deixe-me entrar…
Sou os raios do sol
que atravessam sua janela
e te aquecem do frio.
Sou o amor
tua canção,
tua poesia,
teus segredos,
teus mistérios.
O sorriso que encanta a vida,
o chão da sua sombra,
os sonhos que se perderam no tempo,
o sol vestido de rendas douradas
na imensidão do céu.
O sol da tua janela.
Ceiça Rocha Cruz
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