Edna Eliza Diyabanza: Conto ‘A grandeza da lealdade’

Há muitos anos, andava pelas ruas um velho chamado Mateus, homem solitário de passado sofrido. Abandonado ainda criança, foi acolhido por Bento, um homem bondoso e milionário que o criou com amor e dignidade. Com o tempo, Bento adoeceu gravemente. Antes de ir para uma cirurgia delicada, reuniu forças para deixar um último pedido:
— Sinto que minha hora chegou. Promete-me que continuarás sendo fiel aos valores que te ensinei. Faça o bem a quem precisa. Ajude aos que sofrem e ensine-os a fazer o mesmo. Assim, o mundo poderá ser um lugar melhor.
Mateus, com os olhos marejados, prometeu cumprir esse desejo. Após a cirurgia, Bento não resistiu. Abalado, Mateus decidiu honrar sua memória: organizou a cerimônia fúnebre e iniciou sua missão de ajudar aos necessitados.
Em uma de suas caminhadas, encontrou um jovem chorando na rua. Chamava-se Douglas. Contou-lhe que perdera os pais recentemente e vivia sem rumo, sem casa, nem comida. Comovido, Mateus levou-o para casa, ofereceu abrigo, alimento e consolo, acreditando que aquele jovem seria digno de continuar o legado de Bento.
Dias depois, uma mulher apareceu dizendo ser mãe de Douglas. Revelou que o rapaz mentia para enganar pessoas e roubar. Mateus, confuso, confrontou Douglas, que admitiu: mentiu sobre os pais, pois fugira da própria mãe por maus-tratos. Chorando, pediu perdão. O velho, tocado, respondeu:
— Se estiveres dizendo a verdade, estás perdoado. Mas, se for mentira, arrependerás.
Com o tempo, dúvidas surgiram no coração do velho. Decidiu aplicar um teste: deixou dinheiro e especiarias num quarto e proibiu Douglas de entrar. Fingiu sair, mas ficou observando. O jovem, tomado pela tentação, entrou e roubou.
Quando se virou, deu de cara com Mateus, sentado. Apavorado, perdeu o controle. Entre lágrimas e medo, só conseguia pedir desculpas. O velho, triste, disse:
— Era apenas um teste. Precisava saber se podia confiar em ti. Não se pode deixar uma fortuna a alguém sem lealdade.
Edna Elisa Diyabanza
- Troféu Mulher de Pedra 2025 - 6 de dezembro de 2025
- O mistério da rua sem saída - 5 de dezembro de 2025
- Uma noite inesquecível em Manhuaçu! - 3 de dezembro de 2025
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

