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Idosos na modernidade

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

‘Idosos na modernidade’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
Imagem criada por IA do Bing – 03 de junho de 2025,
às 13:45 PM

Se há situações que incomodam muitos dirigentes políticos, governantes, institucionais e empresariais, em muitos países do mundo, uma delas é o crescente aumento do número de pessoas seniores, com idades provectas, destacando-se de forma nítida grande parte dos países do velho continente, a Europa. 

Esta situação tem sido analisada com ‘aparente’ excessiva apreensão, especialmente pelos alegados encargos sociais que, exaustivamente, são invocados, quantas vezes por altos responsáveis quando, eles próprios, ainda não contribuíram o suficiente, para alimentar o sistema social público atual, do qual, todos, ricos e pobres, estão a beneficiar. 

Os “velhos”, como vulgar e, algumas vezes, são pejorativamente designadas as pessoas a partir de uma certa idade, (tradicionalmente a partir dos 65 anos), começaram a ser marginalizados precisamente, com a institucionalização de propalados argumentos de inutilidade e, ainda mais grave, invocando-se os custos sociais que eles causam ao erário, ignorando-se que, foram eles, no seu tempo de vida ativa, com as respetivas comparticipações que também alimentaram o sistema.

Os idosos, tal como as gerações que se lhes seguem, (as crianças e jovens de hoje) são o melhor património humano que um país pode ter, desde logo, se os responsáveis empresariais e de outras áreas, tiverem a inteligência, e a visão estratégica, de saber utilizar o imenso manancial de conhecimentos, experiências, sabedoria e prudência que a maioria dos idosos possui, independentemente das suas culturas serem de natureza intelectualizada ou antropológica. 

A pessoa humana, enquanto detentora de capacidades físicas, intelectuais e motoras, em geral, pode (e deve) trabalhar para ela, para a família e para a sociedade, não havendo idade-limite para as funções, responsabilidades e atividades que ela sabe, pode e quer desenvolver. 

A riqueza de uma nação faz-se à custa da participação de todos e, bem ao contrário, da utilização apenas dos mais novos. Podem, inclusivamente, configurar atos de má gestão ou de gestão ruinosa, o inaproveitamento dos recursos humanos mais experientes e capacitados, em qualquer fase da vida, para atividades específicas e compatíveis com a sua situação físico-intelectual.

Dispensando-se as estatísticas que, periodicamente, são divulgadas, por uma ou outra instituição, é do conhecimento direto de cada cidadão, de cada responsável, que a população europeia, de entre outras, tem envelhecido, sendo a esperança de vida favorável ao aumento da longevidade, o que implica um acréscimo do número de ‘idosos’, significando que os encargos sociais, de facto, evoluem exponencialmente com a agravante das comparticipações das gerações mais novas não aumentarem em idênticas, ou preferencialmente, proporções, devido às elevadas taxas percentuais de desemprego, emigração e a todo um conjunto de situações, que conduzem ao empobrecimento da sociedade. 

Se há algumas décadas a proporção era de quatro ativos para um reformado, hoje, primeiro quatro do século XXI, possivelmente, aquela relação reduziu-se para metade ou menos, o que a continuar esta progressão, dentro de duas a quatro décadas, nenhum sistema social terá capacidade para cumprir os compromissos perante aqueles que contribuíram para o processo, na expetativa de, quando ‘idosos’, usufruírem das condições de vida, verdadeiramente dignas da pessoa humana. 

É, portanto, necessário, analisar com mais acuidade o enquadramento das pessoas ditas ‘idosas’, aos conhecimentos, experiências, competências e capacidades físicas e mentais, criando-se-lhes condições motivadoras para continuarem a trabalhar e, simultaneamente, manterem-se com elevada e reconhecida autoestima, dignidade, valorização e estatuto social, como processo de realização permanente e satisfação de necessidades de reconhecimento, estima e respeito, ao nível da aceitação pública. Este património não tem sido suficientemente salvaguardado e rentabilizado.

Venade/Caminha – Portugal, 2025

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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