Alianças de papel

Marcelo Pires: Poema ‘Alianças de papel’

Marcelo Pires
Marcelo Pires
Imagem criada por IA do Bing - 17 de junho de 2025, às 22:23 PM
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às 22:23 PM

A paixão voou serena até os corações
Não pode ser contida, nem desviada
Mudou vidas, criou dilemas, e satisfações
Para selar o amor, uma aliança imaculada

O ouro usado na forja dos compromissos
Não reluz diante do brilho deste grande amor
Talvez uma aliança de papel resolva isso
Confiança no frágil papel e ideias de valor

Na aliança de papel são registradas juras
Elas expressam os sentimentos belos
Bem como os elos das paixões puras
Registrando amores grandes ou singelos

É difícil escrever a ebulição amorosa
Do coração palpitante, aflito de bem-querer
A cada declaração escrita quente e fogosa
Arde também os olhos ávidos de viver

O amor correspondido chegou para os dois
Almas gêmeas expressas em poesias
Felicidades eternas, de agora e depois
Eternizadas em palavras nas entrelinhas

Após forjar as alianças do amor literal
Nossa admiração em um pequeno papel
Será trançado com amor, em espiral
Formando um anel para um sentimento fiel

Viajando nos dedos delicados da amada
Repousando suas mãos no coração dela
Pousam palavras do anel no alvo almejado
Tocando o coração onde nosso amor se sela

Marcelo Pires

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Cotovia mestre é pai

Ella Dominici: ‘Cotovia mestre é pai’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem criada pela IA do Bing
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Como eu sei que é uma cotovia que me canta à janela
nas manhãs de sentinela…
graças à beleza de seu canto proverbial, a cotovia…

O pássaro pontual me habita a vida
em relógio de mestre pulsa ponteiros em usual
batida
não há dúvida na lembrança nem há breu na aliança
paternal

A cotovia que me ensinou a piar…quando minha voz
pareceria de uma corujinha…e a voar com asas curtas
de uma pequenina fêmea passarinha

A cotovia me mostrou a água boa, beber do lago limpo
não das poças
pescando levemente ou apreendendo as minhocas
nutrindo as carências

A mestre pássaro passou a voar-me a lado a lado
em poético voo palavrear de ensinamentos
em meus lamentos ensinou driblar os ventos

saramos juntos juvenis e mais maduras…dores
trocamos penas primaveras, vis invernos
se ela voou em tempo certo, nada importa…

meu pai é isto cotovia que avoou, passarinho que me volta bica, canta, assobia, fala o nome e me vicia na interminável alegria de lembrar sua poesia que na minha se esguia e intensamente me cria.
Me criou assim me criará sem fim…
Papai

O elo em aves ultrapassa véu de tempos
nas colinas se aguarda a breve volta
não da ave
de um tempo onde os elos mais sublimes
serão mais altos que todos os caminhos

Ella Dominici

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