Meu cálculo

Suziene Cavalcante: ‘Meu cálculo’

Suziene Cavalcante
Suziene Cavalcante
Imagem criada por IA do Grok

Eu fui calcular a distância entre a Terra e o Céu… Os quilômetros das estrelas dentro de um olhar fiel… A estrada entre o ferrão da abelha e o seu mel…
E descobri que há uma geometria colossal: Todo o Céu fica bem perto daquele que é distante do mal!

Eu fui calcular a distância entre o espinho e a flor…
E aprendi: posso crescer naquilo que me desconfortou! Escolho ser a pétala que o mundo perfumou!

Então olhe: É você que escolhe! A distância entre a flor e o espinho é a mesma no caminho! O Céu fica mais perto de quem o tocou! O Céu é o vizinho de um sonhador!
Então sonhe: A distância entre os anjos e os homens…finda no amor em que toda distância some! O Céu está do lado de quem amou!

Então amanheceu: o Universo respirou o que você floresceu… Não há distância entre tua alma e Deus… Se escolho as essências mais perfumantes… Os espinho, por si só, ficarão distantes!

Eu fui calcular o valor de um aprendizado… O tesouro que há num saber bem depurado… Descobri que o espinho protegeu a flor! Que guardião de louvor! E sou tão grata àquilo que um dia chamei de dor!

Eu fui calcular a distância entre o Céu e um coração: descobri que posso ser o Céu, então, se a minha mão tocar o coração de quem precisou! Um espírito mais filosófico diria: distância não é espaço, é ontologia! O perfume deixado pelo que foi superado é maestria! O Céu é o teu interior!

Navegar na pensabioidade… Nutre a qualidade de nosso vínculo c’a perenidade…Isso é restaurador!
Escolho um perfumar não persecutório, trazendo Continentes dentro de meus olhos… Ampliando a visão do Cosmos…Com candor!

O Universo, todo aberto, é só uma letra d’um grande Alfabeto… O Cosmos ainda é um feto… em labor!
Evoluir a alma é o maior dos sucessos… Eis o cálculo mais correto: cumpra a vida em todos os seus metros! Reencante o teu interior!

Colaboremos com o parto da própria Criança… Pois a vida sempre estará em gestação…Esse poema é uma laica oração…p’ra quem o mundo já perdoou!

Suziene Cavalcante

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Meu pai, farol ao solo!

Ella Dominici: Poema ‘Meu pai, farol ao solo!

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem criada por IA do Bing – 08 de agosto de 2025,
às 15:19 PM

Terra ora sementes pífias e arredias
Solo onde o futuro segrega o sementeiro
Sob Sol, pleno pó, longes dias estremece

Pai, teus olhos, curvas sem nível abrolhos
Tal nada observara céu que constelava
Antes cintilavam face brilhavam olhos

Escurecidos pelos males de migalhas
Na boca o que restara de risadas?
Sentado em banco só, declinara a testa

Depois de gloriosos louros, gentis abraços, toque, afagos
Por que tivera em mente, solidão da terra?
Se juventude é rosa botão doçura?

Sóis caíram sobre erva, sangue em pétala
No eternamente dos agora, sem beijos primaveras
Outono vai… secas folhas em lonjura

No fim passará adormecida a visão
de um pássaro ferido

Enquanto à noite tuas palavras, Farol!
Pai, em minha cicatriz rendada, chegas sol
Escuto o verbo poético de tua voz:
— Menina, sobre o solo, sopre o pó,
Germina!

Ella Dominici

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Amorosidade entre terra e árvore

Ella Dominici: Poema ‘Amorosidade entre terra e árvore’

Ella Dominici
Ella Dominici
Imagem criada por IA do Bing - 25 de abril de 2025,
 às 08:39 PM
Imagem criada por IA do Bing – 25 de abril de 2025,
às 08:39 PM

quando me sinto árvore
despeço-me das folhas salpicadas
que não mais abrigam frutos
partem ao ventar e levam
um pouco de minha alma
segurei-te amei-te te deleitas
em minha seiva fui sorvido te servi

quando me sinto terra
a avidez pela presença tua
em mim em renascença
água celulose nova folha
dou-te fertilidade
sou-te amorosidade que destila
úmida influência se dissipa
em teus poros participas

mas se te aproprias da vontade
de te ires pelo vento
sou lamentos terra ressequida
que quer água se agita trêmula
engole dissabores pelas fendas
arrasta corpos sonhos contos
couros coitos interrompidos
pelo medo

quando me sinto ar
ressinto estar longe de teu respirar
se te aproprias da vontade
de te ires pelo vento folha
sinto-me atmosfera trêmula
sou lamento de uma natureza
que se asfixia

Ella Dominici

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Canto do homem e dos pássaros

Irene da Rocha: ‘Canto do homem e dos pássaros’

Irene da Rocha
Irene da Rocha
Imagem criada pela IA do Bing
Imagem criada pela IA do Bing

O canto dos homens e dos pássaros, em terra ressoa,
O canto dos anjos, no céu, logo entoa,
Um coro que une, que em paz nos desponta,
Na dança da vida, a harmonia se encontra.

Inspiração pura, um hino divino,
Melodia que encanta, um doce destino,
Seja humana ou celeste, em cada nota,
Impressiona os sentidos, e a alma flutua .

Acalenta o espírito, com ternura infinita,
Inebria a essência, como brisa bendita,
Refiro-me à melodia que edifica,
Harmoniosa e bela, onde a paz se perpetua.

Não ao que hoje tocam, à desordem que existe,
Mas ao canto verdadeiro, que o coração persiste,
Um eco de amor, um terno amigo
Que a música da vida seja nosso abrigo.

Irene da Rocha

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Mãe

Virgínia Assunção: Poema ‘Mãe’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
“O teu ventre é uma terra fértil e forte. Lá, desabrocha
o seu maior laço de amor”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

O teu ventre é uma terra fértil e forte

Lá, desabrocha o seu maior laço de amor 

Abrigo onde sua semente se desenvolve

Protegida, alimentada, cresce como uma flor.

Mãe, é a própria poesia personificada

Não há palavras existentes para expressar

Essa mistura de vida; filho e mãe entrelaçada

Por um cordão vital a lhes conectar.

Depois, acalanto e ternura nos seus braços

Nos embala com sua alma em profusão

A paz infinita nos entrega em seu regaço,

Nos ninando docemente com uma canção.

Por isso teço com sinceridade em cada linha

A minha prece a Deus com imensa gratidão,

Pela vida de quem me deu a minha 

E pelas mães que ainda estão aqui, ou não.

Virgínia Assunção

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Estrada de terra

Evani Rocha: Poema ‘Estrada de terra’

Evani Rocha
Evani Rocha
Estrada de terra
Imagem criada pela IA – Gencraft

Estrada de terra

De terra batida

De poças de água

Espelho do céu

De flores pisadas

Brancas margaridas

Me leva pra casa

De volta pra vida

Ranchinho de palha

Que me deu guarida

Na curva do rio

De águas cristalinas

Pra onde me leva

Essa estrada de terra?

De verdes campinas

E de brancas relvas?

Me leva nas nuvens

Escuras de chuva

Que correm ligeiras

No céu do sertão

Me leva nas asas

Daquele sanhaço

Que voa apressado

Rumo ao varjão

Me leva estrada

Na poeira branca

Que sobe faceira

Nos rastros do chão

Me leva de volta

Estrada de terra

P’raquele ranchinho

Lá do da serra

Pro sol do cerrado

P’ras tardes floridas

Me leva pra casa

De volta pra vida!

Evani Rocha

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Sandra Albuquerque: 'Socorro! A Terra está morrendo!'

Sandra Albuquerque

Socorro! A Terra está morrendo!

Um grito de socorro paira no ar. A Terra está morrendo!

Ninguém está se apercebendo e é tamanha a destruição em toda parte. Vai da ganância nas lavouras aos domínios dos grandes até aos confins da Terra.

O homem e a natureza já não se entendem, pois ele a poluiu e a envenenou como o cuspe que a serpente lança, mortífero e fatal.

A flora se misturou com a impureza da erva daninha e os frutos silvestres foram modificados e, hoje, selvagens são. Animais belos e interessantes entraram em extinção, pois aqueles que os nossos avós viram, nossos netos não verão jamais. As estações se misturaram e há momentos em que o dia noite se faz e o inverno é verão. A natureza, antes pura, está em guerra e o homem se sente incapaz de contornar a situação. Maremotos, tsunamis, raios, trovões e tempestades devastam a terra, sem dó nem piedade, com tudo o que nela há e puder levar.

O belo, então, num triz vira destroços e as carnes vivas se misturam nos esgotos, perdendo sua verdadeira identidade.

Os confrontos são visíveis.

Na verdade, de quem é a culpa? Do predador ou da presa, já não mais importa, pois não sabemos.

A humanidade está como neurônios que aos poucos se apagam e não tomam consciência e tudo aqui que vemos hoje vai se transformar num profundo lago ardente de enxofre. E quando se pensa que tudo está caminhando para o bem, um inimigo invisível e voraz se aproxima e invade o planeta, atormentando a humanidade.

E agora, o que faremos?

Talvez, tenhamos que refazer os nossos passos, quiçá, nascer de novo. Não somos robôs e, sim, criaturas. Temos sentimentos, apesar de certas alucinações do não óbvio, do abstrato.

Ainda podemos reverter o quadro, não eternizando os erros frequentes e alçar voos para a sensatez.

Então…

Não saiamos pela tangente.

 

Sandra Albuquerque – sandralennen@gmail.com

Rio de Janeiro, 03/02/2020.

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