Sintonia

Patrícia Alvarenga: Poema ‘Sintonia’

Patrícia alvarenga
Patrícia Alvarenga
Paisagem. Foto de Patrícia alvarenga
Paisagem. Patrícia Alvarenga

As pedras rabiscam na terra meu desejo;

As águas ouvem nos rios minha poesia;

Os pássaros tecem nas árvores minha esperança;

As flores cantam nas matas meus sonhos;

O vento suspira nas brechas meus amores;

As estrelas me concedem a última dança.

De beleza e eternidade a natureza se veste.

Minha liberdade encontra sua paz.

Patrícia Alvarenga

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Meia-luz

Patrícia Alvarenga: Poema ‘Meia-luz’

Patrícia alvarenga
Patrícia Alvarenga
Meia-Luz
Crédito da foto: Patrícia Alvarenga

Adormecem os desejos sob neblina densa.

Sonham com a vida que se perdeu no futuro.

Acordam nas sombras de um passado presente…

Escondem-se na penumbra do coração cansado.

Cantarolam, desafinados, antigas melodias.

Perambulam, sem destino, em caminhos errantes…

Querem abraçar distantes horizontes,

Mergulhar, ainda que em rasas possibilidades,

Acreditar nas últimas promessas…

Patrícia Alvarenga

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Noel Rosa e de todas as flores

Patrícia Alvarenga: Poema ‘Noel Rosa e de todas as flores’

Patrícia alvarenga
Patrícia Alvarenga

Saudades ainda sentem Lapa e Vila Isabel

De seu bandolim e de seu violão,

A seduzir a boemia que lhe tirava o chapéu,

Consagrando-lhe com extrema admiração.

Poeta das damas, do cotidiano e da Vila,

Que só buscava ouvir samba cativante,

Até o romper da madrugada aflita,

Como último desejo errante.

Noel Rosa e de todas as flores,

Músico companheiro do sereno,

Viveu a graça e a desgraça dos amores,

Nunca dando ao coração abrigo ameno.

Para quem sambar era chorar de alegria,

Viveu pouco para tanto feitiço e paixão.

Retratando os bares e as bossas com melodia,

Deixou legado que não tem tradução.

Patrícia Alvarenga

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Travessia

Patrícia Alvarenga: Poema ‘Travessia’

Patrícia Alvarenga

Crédito da foto: Patrícia Alvarenga

Conciliei-me com minhas saudades;

Retomamos a amizade de infância.

Resgatei minh´alma sequestrada;

Desfrutamos de límpidos horizontes.

Acalmei as feras das minhas inquietações;

Brincamos em ensolarados parques.

Abracei as oscilações de meus quereres;

Dançamos ao som de delicadas melodias.

Perdoei meu passado e meu futuro;

Sentamo-nos à mesa para sincera conversa.

Beijei minhas inspirações sonolentas;

Revelamos nossos maiores segredos.

Guerreei pela minha vida fenecida;

Reencontramo-nos nas dúvidas da travessia.

Patrícia Alvarenga

patydany@hotmail.com

Instagram: http://@patriciapoeticamente

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Assombração

Patrícia Alvarenga: Poema Assombração

Patrícia Alvarenga
Imagem gratuita Canvas

O vento sussurra-me confusas palavras.

Não compreendo essa língua morta.

Queria ouvir apenas a antiga verdade,

Que, sorrateira, se esconde atrás da porta.

Tento juntar os cacos do passado,

Para não culpar o aturdido presente.

Lentamente, no entanto, morro sufocada

Pelas memórias embaralhadas e reticentes.

Silenciosas recordações me assombram.

De inopino, mergulho em águas turvas…

Levam-se para lugares insólitos,

Afogam-me com mãos em ásperas luvas.

Mas o tempo cala e esconde fatos;

Poupa-me de recordações aflitivas.

Oferece-me um colo, um remanso,

Para seguir meu curso de vielas furtivas.

Patrícia Alvarenga

patdany@hotmail.com

WhatsApp: 21/99326-9009

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Patrícia Alvarenga: 'Outra realidade'

Patrícia Alvarenga

Outra realidade

Foto do banco gratuito do app. Canva

Não me convide para seu banquete de esmolas,

Porque joias de vidro não me seduzem.

Sou casa de sapê e chão batido,

Não me deslumbro com castelos de areia.

Sou pé descalço e calejado,

Não caminho por jardins de flores artificiais.

Sou o cacto que resiste à dura seca,

Sou a velha enxada a esquadrinhar a terra.

Vivo a realidade nua e crua,

Desprezo suas mentiras refinadas.

Minha força é esnobar seu mundo dissimulado.

Minha coragem é refletir sua imagem de plástico.

 

Patrícia Alvarenga

patydany@hotmail.com

 

 

 

 

 

 




Patrícia Alvarenga: 'Enquanto for preciso'

Patrícia Alvarenga

Enquanto for preciso

Sou feminista por necessidade,

Porque a luta é dura por igualdade.

Vem de longe a vontade de dignidade,

Que anda em companhia da liberdade.

Sem respeito, não há como se calar.

Sem justiça, não há como se aquietar.

Honrando minha ancestralidade,

Sou feminista por inevitabilidade,

Quisera não haver essa disparidade.

 

Patrícia Alvarenga

patydany@hotmail.com