Apelo das entranhas

Cláudia Lundgren: Poema ‘Apelo das entranhas’

Cláudia Lundgren
Claudia Lundgren
Cláudia Lundgren

Meu silêncio ensurdecedor ecoa em minha mente;

ouço o apelo das palavras não ditas, dos gritos tolhidos,

dia e noite, tentando me convencer desesperadamente,

com chantagens inaudíveis, do meu interior, a expeli-los.

São segredos que guardo cativos nas cadeias da minh‘alma

e que hoje clamam, veementes, para que eu erga a aldraba.

Respostas que desejei vomitar, no ímpeto do furor,

retornam à garganta, flamejando-me tal qual tórrida brasa.

Meu silêncio desperta-me da inércia e do sono

e as vozes interiores suplicam por socorro,

enquanto as águas do rio correm tranquilas

e os meus lábios, feitos túmulos, nenhuma palavra anuncia.

Pobre de mim: um ser reservado com alma frenética!

Tapo os ouvidos; não ouço os apelos das minhas entranhas

querendo expor ao mundo as angústias morféticas,

meus medos secretos e os mais lúgubres dramas.

Meu sangue correndo nas veias, brados estridentes;

bacia hidrográfica que deságua no meu coração.

‘Tum-tum’ – quer ‘dar com a língua nos dentes’

revelar os mistérios; difamação.

Engulo o choro: com ele me engasgo; a tristeza alimento;

por não ter falado o que eu deveria em certos momentos.

E nesses instantes ouço alaridos, meu eu se revolta;

mas minha boca, uma moça covarde, de atadura, se envolta.

Cláudia Lundgren

Contatos com a autora

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Cláudia Lundgren: 'Um dia a mais'

Claudia Lundgren

Um dia a mais

Um dia a mais…

ah, se ao menos tivéssemos…

nosso conto de fadas

talvez não chegaria ao fim;

Por que teve que ser assim?

 

Quem sabe mais uma noite juntos

te revelasse a grandeza do meu amor…

mas, essa chance nos foi negada;

Ah, se ao menos tivéssemos

uma noite a mais, e mais nada…

 

De amor eu te falaria,

mas não tivemos tempo;

até hoje as palavras me entalam.

Eu teria feito diferente

se um dia a mais tivéssemos, somente.

 

Guardei aqui dentro,

deixei de externar tanto sentimento;

mas quem sabe, se um dia a mais

não seria o bastante

para seguirmos adiante?

 

Um beijo não dado, o abraço aguardado

que jamais aconteceu.

Bastava apenas um dia

e eu lhe diria

que o meu amor nunca morreu.

 

Claudia Lundgren

 

 

 

 




Sandra Vasconcelos é agraciada com o título de Acadêmica Nacional de Grande Honra pela FEBACLA

Sandra Vasconcelos ocupará a Cadeira Patronímica nº 88, com o Título de ACADÊMICA NACIONAL DE GRANDE HONRA, cujo patrono é Paulo César Santos

Sandra Vasconcelos é colunista do Jornal Cultural ROL e foi agraciada pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA, com o título de ACADÊMICA NACIONAL DE GRANDE HONRA, ocupando a Cadeira Patronímica nº 88, cujo patrono é Paulo César Santos.

Poderá ser Acadêmico Nacional de Grande Honra escritores, artista de relevo ou pessoa de notória cultura ligada a movimentos culturais de comprovada relevância. Também poderá ser Acadêmico Titular quem houver produzido trabalhos de valor literário, científico, cultural e/ou de pesquisa e/ou tiver prestado inestimáveis serviços à comunidade no exercício de cargos ou funções públicas e/ou privadas.

A qualidade de Acadêmico Imortal Nacional é Vitalícia (Perpétua).

Sandra Vasconcelos  é natural de Cruzeiro (SP).

Formada em Magistério e Cursos Superiores: Estudos Sociais, Pedagogia, Supervisão Escolar e Direito.

Pós-Graduada em Gestão Educacional pela UNICAMP e Bacharel em Direito.

Diretor de Escola. Supervisor de Ensino na Diretoria de Ensino de São José dos Campos (SP).

Foi Presidente da UDEMO (Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo) na Região de São José dos Campos (SP) por dois mandatos.

Em 2010 foi homenageada na Câmara Municipal de São José dos Campos pelos professores, pais e alunos da E.E. ‘Dr. Maurício Anisse Cury’, pelo livro publicado em Braille: ‘O menino, o Gnomo e a Floresta Destruída’.

Em 2014 foi homenageada na Câmara Municipal de Cruzeiro, com o diploma ‘Mérito Mantiqueira’, pelos livros publicados e pelo seu relevante trabalho na Educação.

Em 2019 venceu o Concurso da ALAC ‘História e Memória’ –Em 2020 venceu o Concurso de Poesia ‘Albertina dos Santos Paula’, da ALAC.

Teve poesias selecionadas em concursos promovidos pela UNIVAP.

Em 2002 escreveu, juntamente com os alunos da E. E. São Leopoldo em São José dos Campos, o livro: ‘Nós e o Parque’.

Em 2005 publicou, com os professores da E.E. ‘Dr. Mauricio Anisse Cury’ o livro: ‘Conhecendo São José dos Campos’ e ‘Poesia em Braille’.

É autora de vários livros e contos e Acadêmica Fundadora da ALAC – Academia de Letras e Artes de Cruzeiro.

Paulo César Santos (Paulinho do Roupa Nova), foi um cantor e percussionista brasileiro do grupo de soft/pop rock Roupa Nova

A Solenidade de Posse Acadêmica, que ocorrerá no dia 17 de agosto de 2021, às 19h, será virtual através do aplicativo Google Meet.

 

 

 




Jairo Valio é agraciado com o título de Acadêmico Nacional de Grande Honra pela FEBACLA

Jairo Valio ocupará a Cadeira Patronímica nº 87,  com Título de ACADÊMICO NACIONAL DE GRANDE HONRA, cujo patrono é Genival Lacerda

Jairo Valio, colunista do Jornal Cultural ROL, foi agraciado pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA, com o título de ACADÊMICO NACIONAL DE GRANDE HONRA, ocupando a Cadeira Patronímica nº 86, cujo patrono é Genival Lacerda.

Poderá ser Acadêmico Nacional de Grande Honra escritores, artista de relevo ou pessoa de notória cultura ligada a movimentos culturais de comprovada relevância. Também poderá ser Acadêmico Titular quem houver produzido trabalhos de valor literário, científico, cultural e/ou de pesquisa e/ou tiver prestado inestimáveis serviços à comunidade no exercício de cargos ou funções públicas e/ou privadas.

A qualidade de Acadêmico Imortal Nacional é Vitalícia (Perpétua).

Jairo Valio  nasceu na vizinha cidade de Pilar do Sul/SP, mas foi para Sorocaba/SP com apenas 14 anos, onde formou-se Técnico em Contabilidade.

Trabalhou em diversas Instituições Financeiras durante 38 anos como Gerente, aposentando-se no Banco Safra S/A.

É membro efetivo da Academia Sorocaba de Letras, ocupando a cadeira n. 14 e da Academia Poçoense de Letras e Artes de Poções, Bahia, ocupando a cadeira n. 25.

Pesquisador, escritor  e poeta, é autor do livro ‘Nascente das Águas’, livro autobiográfico e histórico, contando a história da cidade onde nasceu e de Sorocaba.

Participou de 2 edições da coletânea ‘Roda Mundo’, da coletânea ‘Um Olhar sobre Sorocaba’, de 4 edições da coletânea do Sorocult e 04 do Sorocultinho, livrinhos de literatura infantil.

Foi membro do Grupo Literário Coesão Poética, participa do site literário Recanto das Letras e tem uma página no Facebook com o título ‘Vovô Poeta’, com muitas postagens de poesias de amor.

É membro fundador do Clana- Clube Literário e Artístico Nascente das Águas de sua cidade natal.

Escreveu crônicas em jornais de Sorocaba e Pilar do Sul.

Trabalha em projetos sociais como voluntário na Pastoral do Menor e no Lar São Vicente de Paulo. Por sua atuação em projetos sociais, foi agraciado em 21/06/2002 com o título de Cidadão Sorocabano, conferido pela Câmara Municipal de Sorocaba.

Genival Lacerda foi um cantor e compositor brasileiro de forró.Seus principais sucessos são, dentre outros, Severina Xique Xique, De quem é esse jegue? e Radinho de Pilha.

Sua carreira começou na Região Nordeste e, ao longo dela, gravou 70 discos.

A Solenidade de Posse Acadêmica, que ocorrerá no dia 17 de agosto de 2021, às 19h, será virtual através do aplicativo Google Meet.

 

 

 

 




Claudia Lundgren: 'Só por hoje'

Claudia Lundgren

Só por hoje

Só por hoje,

porque o amanhã é incerto.

O dia terminou,

venci o que me sobreveio.

Driblei minhas crises ansiosas e vertiginosas,

que me prendiam em quatro paredes,

e consegui chegar ao meu destino final.

A cama, com suas garras,

queriam me aprisionar;

mas, só por hoje,

porque o hoje me basta,

levantei, encarando o monstro da apatia.

O calor dos pesados cobertores

me alertaram sobre o frio lá fora;

fiquei tentada a não sair

da minha zona de conforto,

mas lutei contra o meu eu

saindo no quintal.

Só por hoje, saboreei mais uma vez

aquele café de boa qualidade,

na minha caneca suada,

passado pela minha mãe.

Só por hoje,

não tomei o analgésico

para as dores costumeiras;

caminhei meus dois quilômetros;

te liguei, e estava tudo bem;

Por hoje,

 tudo continuou na mesma;

o porta-retrato no lado esquerdo do móvel,

e o vizinho gritando com o filho.

Só por hoje eu vi o Sol nascer,

e também se pôr.

 

Claudia Lundgren

tiaclaudia05@hotmail.com

 




Fábio de Brito Ávila: '200 anos de imigração suíça para o Brasil' – Parte 12

Fábio Ávila

200 anos de imigração suíça para o Brasil – Parte 12

FAMÍLIA SANGLARD

Muitas famílias de imigrantes suíços fizeram e atualmente fazem parte da história do Brasil. Uma delas foi comandada por Mathieu Sanglard, um fabricante de cerâmica que trouxe consigo a esposa e seus quatro filhos. Todos eram provenientes do Vilarejo de Cornol, Cantão do Jura. Eles eram católicos que falavam francês e no dia 12 de setembro de 1819 da Holanda, seguiram (a bordo do navio Debby-Elisa) acompanhados por outros 233 passageiros.

Chegaram ao Rio de Janeiro no dia 26 de novembro de 1819 e dez dias depois se encontraram na Vila de Nova Friburgo; instalando-se no lote 45 onde dividiram espaço com outras três famílias.
O patriarca Mathieu Sanglard faleceu em 1825 e a sua esposa, Thérese, em 1850.
Os filhos do casal trabalharam como agricultores, tropeiros e comerciantes; se casaram e tiveram numerosa prole. Os descendentes se deslocaram em busca de melhores terras para a plantação de café tanto no Rio de Janeiro como na Zona da Mata em Minas Gerais.

As gerações posteriores fazem questão de manter a memória dos pioneiros. Criaram a Associação Mathieu Sanglard em Amparo (RJ) a qual em 2005 adquiriu parte da fazenda histórica da família, em Nova Friburgo, preservando a antiga sede e o terreiro de café.

MARIANNE SALUSSE-JOSET E SEU RENOMADO HOTEL 

Um dos hotéis mais charmosos da região serrana tinha uma suíça como proprietária. Marianne Salusse-Joset nasceu em 1806 em Courfaivre, Cantão de Jura, e após cinco meses a bordo do veleiro Deux Catherines, chegou finalmente ao Brasil. Na Vila de Nova Friburgo, sua mãe e seu irmão faleceram, mas ela contou com a ajuda do pai para enfrentar os grandes desafios de uma imigrante pioneira.

Em 1837, durante o boom cafeeiro na região, Marianne Salusse- Joset e seu marido criaram uma hospedaria em Nova Friburgo, no local que era ponto de passagem de tropeiros para Cantagalo. A hospedaria deu origem ao Hotel Salusse, que logo passou a ser assiduamente frequentado pela elite carioca que buscava temperatura mais amena no alto da serra. Badalado, era um local de grandes festas e recitais, visitado por escritores famosos como Machado de Assis e Rui Barbosa. Marianne faleceu em 1900.

AÇÚCAR, CAFÉ E CACAU: UMA COLÔNIA SUÍÇA EM TERRAS DA BAHIA 
A Bahia sempre destacou-se como um polo de atração de suíços já que, até 1763, Salvador era a capital do Reino e oferecia boas oportunidades, sobretudo em negócios no comércio e na agricultura. No século XIX, havia em Salvador uma fazenda na região de Areia Preta, atual Ondina, que pertencia ao agricultor suíço Tschifeli, proprietário de plantações de capim para forragem destinada aos cavalos.

Na Bahia, temos inclusive o registro da primeira colônia suíça do Brasil. Em 1818, no município de Villa Viçosa, extremo sul do Estado, foi fundada a Colônia Leopoldina. Nessa região, no vale do rio Peruípe, havia sesmarias (terras doadas pelo governo imperial) que pertenciam aos naturalistas Georg Wilhelm Freyreiss e Carlos Guilherme Morhardt, além de Pedro Peycke, Cônsul de Hamburgo em Salvador, junto com os suíços David Pache e Abraham Langhans.

O naturalista suíço Georg Wilhelm Freyreiss conhecia bem toda a região. Entre 1815 e 1817, Freyreiss acompanhou o príncipe austríaco Maximiliano de Wied-Neuwied durante uma expedição científica ao Rio de Janeiro e ao sul da Bahia.

Essa primeira colônia no Brasil alcançou relativa prosperidade, principalmente devido à exportação do café ali produzido. A Vila foi por algum tempo uma experiência de colonização espontânea, como previa o decreto Imperial de 1808, em que colonos estrangeiros eram autorizados a adquirir terras e cultivá-las, coisa que até então era expressamente negada e mesmo proibida.

Hermann Neeser, historiador filho de suíços, explicou em 1951 em seu livro sobre essa colônia que, no princípio de 1817, Henry Borell comprou terras próximas a Ilhéus, buscando assim participar dos esforços para o desenvolvimento da Colônia Leopoldina. Borell, originário da família do patriciado de Neuchâtel, era o proprietário de uma fazenda de produção de café.

 

Associação Mathieu Sanglard, Amparo, Nova Friburgo (RJ). Fonte: A Voz da Serra.

 

Brasão da Família Sanglard

 

Hotel Salusse. Fonte: Acervo Fundação D. João VI

 

Marianne Salusse-Joset estende as mãos a um trineto, 1892. Fonte: Acervo da Chácara do Paraíso (Família Moraes).

 

Machado de Assis. Fonte: Governo Federal.

 

Cantão de Jura, 1845. Fonte: Acervo Musée jurassien d’art et d’histoire, Délemont.

 

Colônia Leopoldina, Século XIX. Fonte: BahiaTur.

 

Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Século XX.

 

Fábio de Brito Ávila

 

 

 




Cláudia Lundgren: 'Carta perfumada'

Claudia Lundgren

Carta perfumada

Flor do meu jardim, minha mãe querida.
Luz, clarão, tu és; paz do meu viver.
És meu grande amor, quem me trouxe à vida.
Quão perfeito ventre a me conceber!

Com carinho, meu verso aqui lhe escrevo.
O melhor de mim eu lhe entrego, amada!
E nessas minhas linhas eu transcrevo
meu sentir, tal qual carta perfumada.

Lê, rainha do meu mundo encantado,
o soneto que tento aqui compor.
Por favor, não repare o que eu errei.

Eu, criança, preciso de cuidado.
Teu tenro colo acalma minha dor.
Sem você, oh mãe, viver não sei!

Claudia Lundgren

tiaclaudia05@hotmail.com