Aumenta em qualidade e quantidade o Quadro de Colunistas colaboradores do ROL!
Para satisfação nossa e atendendo a um convite do nosso editor Sergio Diniz da Costa, Cláudia de Almeida Carvalho é a mais nova colaboradora do nosso jornal. Ela mora em Sorocaba/SP, é advogada e pós-graduada com capacitação para a docência em Direito e Processo do Trabalho. Tem sólido e profundo conhecimento no ramo do Direito, área onde atua, ininterruptamente, há mais de 32 anos , em especial nos campos do Direito e Processo do Trabalho, Direito do Consumidor e Direito Imobiliário. Já atuou como professora docente para o SENAC, na disciplina de Direito e Legislação voltada aos cursos técnicos. Cláudia escreve crônicas, poesias e reflexões e elabora trabalhos também em fotografia, jardinagem, scrapbook e decoupage em madeira. Abaixo, a primeira colaboração dela como colunista do ROL, a crônica “QUEBRA-CABEÇA”. Seja muito bem vinda, Cláudia! (Helio Rubens, editor)
Quebra-cabeça
Existem memórias que se eternizam em nós, de uma tal forma , que podemos dizer que integram o nosso próprio código genético.
Acredito mesmo que as nossas experiências de vida, nossos sentimentos e todas as sensações humanas, vão sendo entalhadas, como pequenas peças de um intrincado quebra-cabeça, e agregadas delicadamente em nossa alma.
E, durante nossa existência, a combinação dessas peças vai construindo uma estrutura de identificação personalíssima.
Cada ser, entretanto, vendo com os olhos que pode ter, combina as pequenas peças de acordo com a sua capacidade de entendimento do todo, partindo da compreensão de si mesmo.
Os mistérios existem e não é dado ao homem conhecê-los e a nenhuma fórmula científica decifrá-los.
Almas entrelaçam suas vidas, umas nas outras, nos mais variados formatos, com elos passionais próprios da natureza humana.
Encontros sucedidos de desencontros mal sucedidos, por obra do destino zombeteiro, imperador da lei do tempo e soberano das próprias vontades.
O elo do amor, vencendo a tirania do tempo, se mostra agora forte e poderoso para, finalmente, cumprir sua missão de resgatar o encontro daquelas almas até então separadas apenas por um olhar.
Elas não se viram até então. E, por décadas, sempre estiveram lado a lado, nos mais variados contextos da existência.
Mas não importa por quanto tempo as almas, então vizinhas, se perderam uma da outra, porque o aqui e o agora é o seu melhor presente, verdadeira dádiva da conspiração dos enigmas do universo.
E no presente, ideal ou não para o encontro dessas almas , não importa, é o palco onde está se apresentando, de forma inédita, toda a magia da vida, todo o encantamento.
Privadas há tanto tempo da comunhão, estão agora ansiosas para não mais se perderem, criando assim momentos únicos para se eternizarem entre si, para se gravarem um no outro de forma que nada possa apagar.
Nunca mais essas almas serão as mesmas de antes diante da magnitude desse encontro promovido pelos ecos sussurrados das profundezas insondáveis do cosmos.
Não serão as mesmas, serão muito melhores, adicionadas que estão por essa experiência única e sublime de amor que, então, simplesmente decidiram por viver e compartilhar intensamente.
Apenas a certeza do sentimento que pulsa presente importa, já que o hoje é a eternidade para essas almas, que se misturam e se combinam apaixonadamente, e se fundem no encaixe perfeito do jogo do destino.
Inspiração poética de 25/09/2017
Cláudia Carvalho –