José Coutinho de Oliveira: 'Equívoco'
Recorremos ainda a Aristóteles para constatarmos a diferença entre as duas utopias: transportemos ainda da “Política”, livro II, capítulo VI o trecho que fala de tal diferença: ” Com exceção da comunidade de mulheres e de bens, ele supõe que todo o resto seja igual em ambas as constituições:…”
Pois bem, está aí formada a encrenca, ou seja, o desconhecimento dessa reviravolta de Platão terá gerado os conhecidos conflitos que sobreviriam.
Precavidamente tocamos nesse assunto pois acreditamos que tudo pode ser diferente daqui para frente: abandono do coletivismo platônico da República, abandono esse reiterado por Aristóteles; ensino facultativo com a adoção simultânea dos métodos ultradinâmico semiaberto, audio-orais pictográficos ou ágrafos, este último , onde houver maior carência de recursos; disponibilização do ensino opcional de Latim, Grego e mitologia. O Latim, ao invés de ser exposto como sempre tem sido, ou seja, a partir da teoria e de traduções poderia ser aplicado através de diálogos, da conversação. Para se ensinar o grego talvez precisássemos de um dicionário em caracteres também romanos. Poder-se-ia oferecê-lo também através do método audiovisual, ou seja, com escrita ou do audio-oral ágrafo cujo um dos objetivos seria o de obter velocidade num menor espaço de tempo.
Infelizmente, para o prejuízo da civilização, a maioria dos filósofos que nos antecederam não ficaram sabendo do abandono do coletivismo por Platão em seu livro “Leis”, exceção feita ao próprio Aristóteles, Locke e Adam Smith, esse último que já tinha dezoito anos quando da morte do segundo. Cabe-nos então descobrirmos até que ponto Locke influenciou Adam Smith, fundador da economia.
Graduado em Letras e Pedagogia