Adriana Rocha: 'É Natal mais uma vez!'

Nesta ciranda de acontecimentos, a primeira palavra que me saúda é Renovação. Mas não me satisfaz, porque nela está embutida a ideia de substituição, trocar algo por outro. Então, a complemento com a Transformação e assim me sinto completa, porque o transformar exige mudança, exige rompimentos, exige empoderamento e autonomia. Exige que se faça além do estabelecido, além do status quo.”

 

“Longe, distante de casa o Menino nasceu:

dor e alegria tão juntas, nosso Deus conheceu!

Então chegaram pastores trazendo o suor do trabalho:  

simples, na pobreza, num sorriso o nobre agasalho!

 Então os sábios partiram: humilde, insistente procura!

Longe dos palácios, manjedoura foi berço e ternura!

(Frei Fabretti)

 

O ciclo da vida é fascinante! Assustador! Não se submete aos caprichos humanos, ainda que por eles seja atingido. Não se sucumbe e assim, prossegue.

Nesta ciranda de acontecimentos, a primeira palavra que me saúda é Renovação. Mas não me satisfaz porque nela está embutida a ideia de substituição, trocar algo por outro. Então, a complemento com a Transformação e assim me sinto completa, porque o transformar exige mudança, exige rompimentos, exige empoderamento e autonomia. Exige que se faça além do estabelecido, além do “status quo”.

Assim pressinto, vivo e convivo com o Natal. Não é somente um dia, uma troca obrigatória de gentilezas e presentes. É um sentir profundo de amorosidade pelo outro, pelos seres viventes e por mim. A magia do Divino que escolhe se tornar Humano me invade de tal forma que não me contenho e canto: Aleluia!  Sinto a conexão da dinâmica cósmica. Alegro-me por fazer parte da grandiosidade da Criação, da Perfeição!

Não me incomodo com clichês, com as figuras das renas, do Papai Noel, da árvore iluminada e enfeitada, mas prefiro a imagem alada dos anjos anunciado a Boa Nova, do Menino em sua manjedoura, que mesmo excluído se torna Rei.

Emociono-me com a imagem dos pastores e dos reis magos:  a contradição da nobreza e da pobreza. Penso na agonia da mãe e do pai que não encontram um lugar adequado para seu primogênito nascer. Penso na exigência tirânica do recenseamento, que obriga que se desloquem de Nazaré até Belém. Não, isso não é glamouroso.

Mesmo sem a ingenuidade de que Natal é somente beleza e luzes, eu o comemoro, porque vejo na superação das diversidades a infinita resiliência do ser humano, que supera suas fragilidades e se transforma em divindade. Sim, porque somos criados à Sua imagem e semelhança e se o Menino Deus tornou-se humano, deu-nos a mesma possibilidade de nós, humanos, nos tornarmos Divinos!  Que assim seja! Feliz Natal para todos! Feliz Natal aos Homens e Mulheres de Boa FÉ!

 

Adriana Rocha  – adriana@lexmediare.com.br