Celso Lungaretti: 'Acordo para tirar Lula das grades incluiria apoio, no 2º turno, a candidato que depois o indultaria'

Celso Lungaretti: ‘BOMBA: LULA PODERÁ SER LIBERTADO NO PRÓXIMO INDULTO NATALINO!’

Lula apoiaria no 2º turno candidato disposto a indultá-lo

O colunista Elio Gaspari informa que se discute nos bastidores a possibilidade de indulto natalino para Lula.

 O ponto de partida é a certeza de que a Justiça Eleitoral não lhe permitirá disputar a eleição presidencial. Favas contadas.
 Aí, presume-se que Lula indique Fernando Haddad para substitui-lo como candidato (vide aqui). E, claro, Haddad não chegará ao 2º turno. Favas contadas.
 Então, o PT daria apoio e tentaria transferir votos para o candidato menos direitista que fosse disputar o 2º turno, obtendo como contrapartida a garantia de indulto para Lula.
Segundo Gaspari, seria este o provável motivo do empenho de Luís Roberto Barroso em tirar das mãos do presidente da República a prerrogativa de decidir como bem entender o indulto para condenados por corrupção política.
 Ou seja, o objetivo real do ministro do STF seria desde já inviabilizar o indulto de Lula, do qual, claro, discorda. Mas, se a Constituição de 1988 ainda estiver valendo, a posição de Barroso não prevalecerá.
 De resto, Jair Bolsonaro seria o único presidenciável capaz de rechaçar tal proposta, que poderá representar o fiel da balança numa votação parelha. Mas ele já estaria fora das cogitações pelo outro quesito: não haverá candidato à sua direita no pleito.

Barroso: tentado inviabilizar o plano desde já?

Será, no mínimo, pitoresco se um tucano ou um medebista (quem sabe o próprio Temer?) eleger-se com os votos do PT e, em seguida, indultar Lula. Mas, faz sentido. Afinal, nossos políticos profissionais, mesmo os ditos de esquerda, têm mais afinidade com Maquiavel do que com Marx e Proudhon…

Talvez eu haja sido o primeiro a prever que algum pacto acabaria sendo negociado nos bastidores para livrar Lula da prisão. Neste post de setembro de 2016, discuti a hipótese de Lula repetir o destino de Getúlio Vargas, não no suicídio, mas sim no acordo pelo qual ele aceitou  isolar-se na longínqua São Borja (RS), de preferência a mofar na cadeia ou amargar o exílio.

 Depois de um ano e meio, a ficha parece finalmente ter caído para Lula: o inimigo está com a faca e o queijo na mão e só será clemente se ele engolir as bravatas e conceder algo.
Mas, como demorou demais para se dar conta de sua real situação, poderá ter de pagar um preço mais alto ainda que o de Vargas, que precisou passar alguns anos fingindo-se de morto mas, pelo menos, pôde antes apontar a seus eleitores o candidato de sua preferência, por meio de uma mensagem de apoio: recomendou que votassem em Eurico Gaspar Dutra e foi atendido.
 Se Gaspari estiver certo, Lula será obrigado a ajudar a eleger Alckmin, ou Temer, ou Henrique Meirelles, ou Rodrigo Maia, ou qualquer outro da mesma estirpe. Haverá chef de cuisine capaz de tornar apetecível o sapo que ele teria de engolir?

Se Gaspari estiver certo, Lula será obrigado a ajudar a eleger Alckmin, ou Temer, ou Henrique Meirelles, ou Rodrigo Maia, ou qualquer outro da mesma estirpe. Haverá chef de cuisine capaz de tornar apetecível o sapo que ele teria de engolir?

Um hibernou em São Borja, o outro seria no ABC

Eis o que eu escrevi  em 2016:

(Lula) deveria fazer como Getúlio Vargas em 1945, quando foi afastado do poder (ditatorial) que exercia por forças políticas nacionais e pela pressão dos EUA, então avessos a governantes assemelhados aos que derrotara nos campos de batalha.

O compromisso que Vargas firmou com eles para não sofrer processo, nem perder os seus direitos políticos ou ser obrigado a deixar o país: hibernar.

Isolou-se na sua estância gaúcha, não disputando a eleição presidencial daquele ano nem participando da campanha eleitoral (…). Passado o quinquênio de hibernação, voltou à ativa, elegeu-se presidente –aos 69 anos!– e marchou para a tragédia.

A hibernação também me parece a melhor solução para Lula, desde que seus inimigos se convençam de que ele realmente chegou ao fim da linha e não façam questão cerrada de dar-lhe o tiro de misericórdia…

…A época do lulismo acabou. Eu gostaria que, na linha dos brasileiros cordiais que éramos (e, infelizmente, estamos deixando de ser), fosse adotada solução semelhante à de 1945, com Lula permanecendo em casa no aconchego da família, seja hibernando por alguns anos ou aposentado em definitivo da política. Seria mais digno, para ele e para o País. Chega de ódio!!!