José Coutinho de Oliveira: 'Demandas II'

José Coutinho de Oliveira: ‘Demandas II’

Dando continuidade então a demandas apresentamo-nos hoje para completar o assunto ao incluir às duas outras que se seguem: a praxia ou praticagem e a ergasia (frente de trabalho, alavancagem ou empreitada). Na 1a. as igrejas encorajam os recém crismados, principalmente aqueles já com oito anos de idade e que já leem e escrevem a obter o sacerdócio através da prática que se daria num prazo de + ou – dez anos e após a conclusão do ensino médio. Seriam pois nesse caso dez anos de aprendizagem que passa pelos estágios de aspirante a diácono temporário após o qual o candidato se torna aspirante II, ou seja, aspirante ao presbiterato. Após o presbiterato o candidato pode se tornar ainda aspirante III, ou seja, aspirante ao episcopado. Essa via prática então, dispensaria o candidato dos anos de seminário, chamado então, de via regular de ordenação. Já a ergasia seria uma nova modalidade de vida cenobítica, ou seja, ela é semiaberta pois os que nela conviveriam nunca emitiriam votos perpétuos. Esse modelo de vida cenobítica além de ser semiaberto é provisório pois no momento que todos se decidam qual rumo tomar ela deixaria de existir. Uns deixam de ser virtuais aspirantes ao sacerdócio e o abraçam definitivamente, outros voltam para a vida civil. Enquanto isso não ocorre as pessoas podem nela estudar e trabalhar. Se rural, ela seria eminentemente de lavradores, roçadores, de roceiros, ou seja, de aradores. É claro que além de plantar podem cultivar ou beneficiar, surgindo, possivelmente, assim, as fecularias. Seus candidatos assim fazem votos temporários de pobreza, castidade, obediência, eutrapelia (moderação nos divertimentos), hesicasmo ( quietismo) e desgnosia.

José Coutinho de Oliveira