Jairo Valio: 'E a Lua chorou'
“Percebi que lágrimas escorriam,/ Condensando-se intensas nas nuvens,/ e depois em prantos tão abundantes,/ despencavam quase em tormentas,/ como se para tanto houvesse razões.”
Percebi que lágrimas escorriam,
Condensando-se intensas nas nuvens,
e depois em prantos tão abundantes,
despencavam quase em tormentas,
como se para tanto houvesse razões.
Perguntei porque tantas agruras,
eu que a conheci pelas saudades,
pois muitas vezes olhei-a sereno,
junto com meu amor que perdi,
e tínhamos somente emoções.
Disse-me com voz embargada:
“Hoje ninguém me contempla,
nem me olham com ternura,
mesmo que estejam enamorados,
já sou decadente para quem ama.”
Os atrativos não estão nas alturas,
o céu deixou de ter sua beleza,
mesmo as estrelas que antes piscavam,
agora estão tristes e também choram,
por não exercerem mais seu fascínio.
Choro e as lágrimas quase me sufocam,
tão abundantes brotam quando acordo,
e mesmo que apresente todas as belezas,
enluarada e iluminando todos os espaços,
opaca me torno para corações insensíveis.
Desculpas pedi por ver sua tristeza,
e disse que ainda existem os enamorados,
que sutilmente mesmo que por segundos,
contemplam e admiram seu fascínio,
sendo que há seguidores para as estrelas.
Jairo Valio