Jairo Valio: 'O navegante'
“Condutor de emoções, singra todos os mares./ Busca os corações aflitos para consolá-los,/ mostrando que num amor em decadência,/ quando uma nau se encontra em tempestades,/ um porto seguro se vislumbra no horizonte,/ e em águas calmas pode suturar as feridas.”
Condutor de emoções, singra todos os mares.
Busca os corações aflitos para consolá-los,
mostrando que num amor em decadência,
quando uma nau se encontra em tempestades,
um porto seguro se vislumbra no horizonte,
e em águas calmas pode suturar as feridas.
Se forem doloridas e não existirem os remédios,
lágrimas de emoções serviriam até de lenitivos,
pois chorar é um bálsamo que alivia todas as dores,
e com o tempo as feridas vão se cicatrizando,
quem sabe até recompondo o amor que se foi,
que voltará então suave e uma flor pode oferecer.
Mostrará para quem viveu em águas turbulentas,
que existem mares onde as ondas são tão calmas,
e vão chegando devagarinho até quebrar na areia,
procurando então uma criança para com ela brincar,
que, aos pulinhos, solta gargalhadas nas peraltices,
e contemplá-los seria uma maneira de curar suas dores.
Depois no entardecer sereno que vai se avizinhando,
mostrará como é bonito um pôr do sol lá bem longe,
com multiplicidades de cores pincelando todas as nuvens,
e o céu azul que vai perdendo a tonalidade tão bonita,
permite que se singre no seu ventre o vermelho rubro,
até que tudo se acalme e a noite chegue de mansinho.
Navegante que tem por missão acalmar as tempestades,
retemperar um amor ferido machucado à exaustão,
traga somente para este mundo de tantas incertezas,
luz e força para que se esqueçam as turbulências,
e em vez de armas que tiram vidas e causam dores,
oferecer flores perfumadas que emocionam corações.
Jairo Valio – valio.jairo@gmail.com