Artigo de leitor: Yussif Ali Mere Jr escreve sobre o Dia da Enfermagem
Enfermagem: profissão que faz a diferença
O mundo comemorou em 12 de maio o Dia Internacional da Enfermagem. Nessa mesma data começou este ano, no Brasil, a Semana da Enfermagem, que vai até 20 de maio, data em que se comemora também o Dia do Técnico e Auxiliar de Enfermagem. Os enfermeiros são peças fundamentais no escopo da assistência e ganham cada vez mais espaço dentro do sistema de saúde.
Responsável direta pelo cuidado, pela assistência e pelo bem-estar dos pacientes, a equipe de enfermagem está em contato 24 horas,dentro dos hospitais, com os pacientes e seus familiares. Esses profissionais representam mais de 50% do total de colaboradores dessas instituições. Compete ao enfermeiroaplicar as orientações médicas, ministrando medicamentos, acompanhando a evolução do quadro clínico, os sinais vitais, queixas, enfim, acolhendo e assistindo ao paciente durante toda internação. Nas clínicas e laboratórios também tem papel fundamental no acolhimento do paciente, na triagem, na coleta de materiais e em outras funções.
Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o Brasil possui 2.032.755 profissionaisde enfermagem. Desse total, 488.735 são enfermeiros; 1.125.807 são técnicos de enfermagem e 417.836 são auxiliares. Cerca de 25% desses profissionais estão no Estado de São Paulo. Apesar dos números parecerem grandes, não podemos esquecer que a população brasileira é de 207,7 milhões e temos uma grande área territorial. Em proporção, o Brasil possui 0,9 enfermeiro para cada mil habitantes, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um enfermeiro para cada quinhentas pessoas. Portanto, temos carência desses profissionais no mercado brasileiro.
Mas a enfermagem é uma profissão promissora não só pela escassez desses profissionais. O enfermeiro tem papel fundamental na organização e funcionamento do sistema de saúde. No Programa Estratégia de Saúde da Família, por exemplo, que visa a reorganização da atenção básica no país e já cobre 74% da população, os enfermeiros desempenham funções administrativas, educativas e assistenciais. No sistema de saúde eles ainda participam da coordenação, planejamento e supervisão da assistência e sãopeças importantes na implantação e manutenção de programas de qualidade assistenciais.
Com o envelhecimento da população, o papel do enfermeiro deve ganhar ainda mais espaço e importância, principalmente atuando nas empresas de assistência domiciliar, ou home care. O boletim econômico da FEHOESP, que condensou os dados de 2017, mostra que esse segmento assistencial cresceu 35% no país no ano passado, e 19% no Estado de São Paulo. Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) mostram a existência de 620 empresas desse ramo de atividade no país; 156 delas localizadas no Estado de São Paulo.
Um sistema de saúde eficiente se faz com equipe multiprofissional. O modelo brasileiro é quase que totalmente centrado no médico. Algumas atribuições, hoje permitidas apenas aos médicos, podem e devem ser estendidas a outras profissões. Por exemplo: nos EUA, Austrália e Canadá são melhor utilizados pelo sistema de saúde e isso precisamos transportar para o nosso sistema nacional de saúde. Combater o corporativismo em todos os níveis é uma importante ação que contribui para melhorar a qualidade da assistência à saúde do brasileiro e que trará um ganho adicional para os profissionais de enfermagem.
Ser enfermeiro é uma escolha vocacional.Pela experiência na coordenação e supervisão de ações, esses profissionais são peças fundamentais na construção de um sistema de saúde mais eficiente para o nosso país, que é o que buscamos. Obrigado a todos os enfermeiros por fazer a diferença no setor de saúde!
Yussif Ali Mere Jr
Médico, presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (SINDRIBEIRÃO)