Walquiria Paunovic: 'Dom Quixote e os Moinhos de Vento'
Walquiria Paunovic: ‘DOM QUIXOTE E OS MOINHOS DE VENTO’
Há que se ter cuidado para não perder a fé, pois muitos caminham sem direção.
Não temos moinhos de ventos.
Neste tempo de frases faladas mas pouco sentidas; caminhamos.
Há que se ter coragem para ser íntegro e verdadeiro; em tempos de intelectuais manipuladores; que invadem mentes inocentes; ter conhecimento para não ser conduzido; sabedoria para não perder a essência.
Há que se ter tempo para refletir e ver o pôr do sol; pois muitos já não percebem a luz; casas sem cheiro de jantar; varandas vazias; jardim sem flores; café sem bolo, conversas guardadas nas gavetas do criado mudo; que mundo moderno sem tempo! Não somos donos dos moinhos e nem do nosso tempo
Há que se ter delicadeza e amor ao próximo; para não perder o sentido da vida.
Delicadeza para perceber os poetas e escritores que semeiam pelo mundo, palavras verdadeiras e sentidos que encantam gerações.
Há que se ter um olhar generoso para sentir a arte e os artistas; que falam através de seus pincéis para pessoas muito ocupadas para entender a dança das tintas.
Este mundo rápido engole as palavras dos poetas; as letras cantadas e as telas pintadas.
As estações passam, as folhas caem, o homem pisa nas folhas secas sem ouvir os sons delas, e como elas eles se vão; sem sentir todos os sabores ouvir todos os sons e enxergar todas as cores.
Há que se ter tempo para acordar pois o bem maior é o sentido da vida.
Walquiria Paunovic