O leitor participa: Leontino Correa – O Poeta das Ruas -, com o poema 'Noite de garoa'

Erick Pinheiro – Jornal Cruzeiro do Sul

“No meu tempo de aventura,/ Quando em São Paulo eu cheguei,/ Nas noites claras de luar/ Quanta serenata eu cantei.”

 

Noites de Garoa

São Paulo daquele tempo,

Quanta saudade me traz:

As noites de garoa,

A voz do samba no Brás.

 

No meu tempo de aventura,

Quando em São Paulo eu cheguei,

Nas noites claras de luar

Quanta serenata eu cantei.

 

Na Rua Amaral Gurgel

Minha primeira paixão,

O nosso amor começou

Na Avenida São João.

 

Na noite de serenata

Fiz para ela uma canção,

Confessando minhas dores,

Conquistei seu coração.

 

A mesma casa ainda existe,

Eu volto para rever,

Não posso dizer o nome

Para não a comprometer.

 

Ainda vejo o portãozinho

Onde dela eu despedi:

Naquela manhã chuvosa

O seu choro por mim…

 

Aquela imagem retratada

Eu jamais posso esquecer:

Moreninha, você sabia,

Ainda me lembro de você!