Artigo de Rogério Sardella: 'E agora, José?'
Rogério Sardella: E agora, José?
Não bastasse a situação do Governo Federal, que a cada dia nos apresenta um novo capítulo do novelão Roussef, só que infelizmente não é mera ficção, mas pura realidade, com direito a destaque em todos os noticiários e na imprensa internacional, inclusive, acrescentando-se os escândalos, em Itapetininga, a pacata ‘Terra das Escolas’, o eleitor local também já está cansado.
Desde que a atual Administração assumiu, indignados, cobrando a revisão do Plano de Carreira do Servidor Público que nunca saiu do papel, funcionários públicos municipais acabam se dirigindo ao Legislativo, na esperança de serem ouvidos pelos vereadores que lá estão para representar aqueles que os elegeram.
Se o objetivo é protestar, nada mais justo que fazer valer seus direitos, afinal, se brigando por eles já é difícil acontecer alguma coisa, imagine então se o funcionalismo ficar calado. O mesmo vale para a população que não trabalha diretamente para a Prefeitura.
Diferentemente de gestões anteriores, como na década de 1990, em que as sessões no Legislativo eram calorosas, quando até impeachment de prefeito aconteceu, o que se tem visto nos últimos anos é de desanimar qualquer cidadão, com poucos edis dispostos a comprar a briga do povo. Foi um período na história política da cidade em que oposição e situação realmente se manifestavam e fatos e mais fatos ganhavam as manchetes dos jornais que circulavam em Itapetininga.
Nos bastidores, dizem que a maioria está do lado do prefeito, quem sabe atrelados por favores políticos, como cargos, mas isto dizem, enquanto que uma minoria, sem poder de decisão, ou fica quieta ou até tenta estar do lado do povo, este mais amadurecido em razão do que vem ocorrendo na cidade.
O fato é que não é de hoje, e nem desta gestão, que prefeito algum está de portas abertas para receber a população em seu gabinete, pois para isto ele conta com seus assessores (os secretários), que estão lá para responder aos que lhes procurarem e então despejar alguma justificativa (ou desculpa mesmo) para o caos em que se encontra a cidade. A população tem todo o direito de reclamar, pois paga impostos e acreditou naqueles que colocou no poder (entenda-se prefeito, vice e vereadores).
O IPTU chega todos os anos. E coitado do cidadão que não pagar, que deixar acumular ano após ano. A Prefeitura não perdoa, nem que para isso tente inovar e pegar pesado no castigo, realizando imagens aéreas dos imóveis de Itapetininga, aumentando significativamente o valor final para o contribuinte.
Não dá para aceitar a cidade do jeito que está, sem médicos nos postos de saúde, superlotando o atendimento no Pronto Socorro, com contratações sem concurso público, com o fechamento de unidades de serviço essenciais como de saúde mental e à criança, com centros esportivos e áreas de lazer cujas reformas foram iniciadas e não retomadas, prédios históricos quase despencando e o município tomado por buracos, parecendo um campo minado ou uma gigantesca colcha de retalhos. O mesmo se diz da companhia de água e esgoto, que enfeia a cidade ao abrir buracos que não são fechados imediatamente ou quando são, deixam aspecto horroroso.
Na área de emprego, nada mais de concreto aconteceu. Nenhuma grande indústria se instalou. Está tudo quieto, parado.
As obras do Hospital Regional viraram piada de mau gosto. E o que dizer da Marginal dos Cavalos?
Para finalizar, fica o mistério sobre o silêncio do prefeito, que poderia ao menos se pronunciar em relação a seu estado de saúde, afinal, ele é uma pessoa pública.
E agora, José?