Artigo de Celso Lungaretti: ''O grande Roger Waters conclama tropicalistas a boicotarem Israel. Os nanicos Caetano e Gil dizem não."

Celso Lungaretti – do blogue Náufrago da Utopia

Gulliver…

Roger Waters, que foi letrista, baterista e co-vocalista do conjunto britânico de rock progressivo Pink Floyd, não é melhor do que Caetano Veloso e Gilberto Gil apenas como artista (o álbum conceitual The Wall, que foi por ele concebido, coloca-o num patamar inalcansável para os baianos): também vale muito mais do que eles como ser humano e como homem político.

Waters faz parte do movimento global BDS (boicote, desinvestimento e sanções 

…e os liliputianos.


Por meio das respectivas assessorias, ambos fizeram saber que são bem diferentes do que davam a entender em suas composições.


Gilberto Gil prefere engordar sua conta bancária do que “ficar em casa/ (…) preparando/ palavras de ordem/ para os companheiros/ que esperam nas ruas/ pelo mundo inteiro/ em nome do amor” (Questão de ordem).

É proibido proibir). Ele quer mesmo é empilhar maços e mais maços de novos shekels, a moeda israelense.

Há uma página no Youtube dedicada ao assunto: Tropicália não combina com apartheid. Recomendo.

Clique aqui para acessar a carta de Waters, na íntegra. 

Ela é irrespondível, o que explica a falta de resposta por parte dos habitualmente tão loquazes Veloso e Gil. Já devem estar arrependidos da capitulação à “força da grana que ergue e destrói coisas belas” (Sampa). Inclusive reputações…

BELEZA PURA: “HAVE YOU HEARD”, DO MOODY BLUES.

Do blogue Náufrago da Utopia

Não conseguindo encaixá-lo no circuito comercial nobre, eles o negociaram com os pulgueiros do centro de São Paulo que exibiam filmes eróticos (foi quando o título Fantasticon ganhou o complemento apelativo de os deuses do sexo). Num dia de chuva, lá por 1973, passei, vi, entrei, gostei.

Um dos quatro episódios é belíssimo, sobre uma bruxa que se enamora de um mortal, transa com ele numa sequência muito poética (é quando entra a “Have You Heard”), mas é obrigada pelos demais bruxos a sacrificá-lo com uma faca.

Passei bom tempo sem ouvir de novo a música, que é de 1969 –os entusiasmados aprendizes certamente a encontraram num disco importado, utilizando-a sem autorização de ninguém. 

Lá por 1980, quando eu já era crítico de rock, o LP On the threshold of a dream foi finalmente lançado no Brasil pela EMI-Odeon. E, para minha agradável surpresa, lá estava “Have You Heard”. Ouvi até riscar.

Ei-la completa.

HONRA ENTRE LADRÕES…

…é um dos títulos alternativos que recebeu, no mercado de vídeo, o excelente policial francês Adeus, amigo (que vocês podem assistir na íntegra clicando aqui).

Tem tudo a ver, aliás, pois remete ao momento mais marcante do filme. Dois homens que mal se conhecem são comparsas numa contravenção e, ao separarem-se, um deles (Alain Delon) diz para o outro jamais admitir que tinham agido juntos, caso contrário ambos pegariam penas bem maiores. Pede-lhe que dê sua palavra de honra.

O outro (Charles Bronson) objeta: “Mas, eu não tenho honra”.

O primeiro insiste: “Quero sua palavra mesmo assim”.

E o juramento acabará sendo integralmente cumprido.

Esta lembrança me ocorreu ao ler que o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, abandonou às feras seu velho parceiro e amigo José Maria Marin, tentando escapar sozinho do escândalo de corrupção no futebol.

Assim, a CBF não está dando assistência jurídica nenhuma a Marin na Suíça, desbatizou o edifício-sede (que tinha o nome dele) e destituiu-o da vice-presidência que ocupava. Coloca-o no isolamento, como leproso, na esperança de evitar o contágio.

Assim, a CBF não está dando assistência jurídica nenhuma a Marin na Suíça, desbatizou o edifício-sede (que tinha o nome dele) e destituiu-o da vice-presidência que ocupava. Colocou-o no isolamento, como leproso, na esperança de evitar o contágio.