Jairo Valio: 'Noite de luar'
“Um manto escuro vai-se estendendo,/ Recheado de estrelas cintilantes,/ Que vaidosas querem só brilhar,/ Pois entendem suas formosuras,/ E radiantes formam espetáculos,/ Pois são os prenúncios do que virá.”
NOITE DE LUAR
Estranho fascínio exerce,
Após a escuridão surgir,
Exaustivo cessar do dia,
Pois o sol vai se despedir,
Da longa peregrinação,
E quer o justo descanso.
Prepara, no entanto, sutilezas,
Como repintar as nuvens,
Colorindo-as em aquarelas,
Que, vaidosas, exibem as cores,
Até que as dormências cessam,
E o céu adquire outra tonalidade.
Um manto escuro vai-se estendendo,
Recheado de estrelas cintilantes,
Que, vaidosas, querem só brilhar,
Pois entendem suas formosuras,
E radiantes formam espetáculos,
Pois são os prenúncios do que virá.
Forma-se então no firmamento,
Uma auréola recheada de luz plena,
Pois a lua num luar cadenciado,
Vai adquirindo fortes tonalidades,
Até que reina absoluta no universo,
E tem as mais belas insinuações.
Quer ser o despertar das paixões,
Pois os que amam miram-se nela,
Pelos atrativos que não entendemos,
Diante dos fascínios que apresenta,
Pois na negritude da noite é linda,
Nada se comparando à sua beleza.
Numa noite de luar todo estrelado,
Os corações se exaltam em delírios,
E quem se inspira na lua toda cheia,
Após sofrer todas suas transformações,
Minguante, crescente, nova, apogeu,
Tem todas as razões para se apaixonar.
Jairo Valio – valio.jairo@gmail.com