Hospital Regional de Itapetininga demite funcionários. São Camilo alega falta de verbas.
Hospital faz demissões, alega baixo orçamento e prefeitura paga conta
Itapetininga (SP) enfrenta problemas na saúde pública desde abril.
A entidade São Camilo, que administra o Hospital Regional de Itapetininga (SP), demitiu 23 funcionários recentemente e alegou baixo orçamento. Ela afirma que os custos com materiais subiram devido ao aumento de demanda por falta de médicos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A prefeitura pagará R$ 400 mil pelo período em que o hospital ficará sobrecarregado com pacientes a mais do que o normal, afirma o secretário de Saúde Denilson Rodrigues. “Como são quatro meses (de abril a julho) é na ordem de R$ 400 mil, mas eles apresentaram essa conta agora. Faremos o pagamento entendendo que é um serviço realizado.”
Porém, os médicos só devem atuar nas UBSs a partir de julho e, enquanto isso, a população irá utilizar o Hospital Regional com mais pacientes e menor equipe. A ex-funcionária Michele Prestes aponta problemas na atual situação do hospital.
hospital (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
“Na maioria dos setores está faltando funcionário, inclusive de enfermagem que está defasado no quadro de funcionários. Os que ainda trabalham se desdobram para fazer o serviço e o número é pequeno para a quantia de pacientes. Já estava faltando funcionário, agora mais ainda. Tem gente que entra à noite, trabalha até de manhã e volta na mesma noite. É complicado, se é para reduzir custos acho que deveria ser em outro setor, não com funcionários”, reclama.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Sorocaba e Região, Milton Sanches, defende a funcionária e também questiona a decisão de demitir o pessoal. “Vamos acompanhar as homologações desses demitidos. A minha preocupação é também com os moradores da cidade, porque são funcionários a menos e o hospital vai ficar mais carente”, afirma.
Entenda o caso
O impasse e a série de problemas na saúde pública de Itapetininga ocorrem desde 31 de março, quando o contrato com os médicos das UBSs se encerrou. Um concurso público foi a primeira tentativa de solução, mas sem sucesso: os médicos não se apresentaram para ocupar as vagas e reclamaram dos baixos salários, diz a prefeitura.
Nesse meio tempo, o pronto-socorro começou a lotar de moradores. Agora, numa segunda tentativa de resolver o problema, a prefeitura lançou um novo processo seletivo para a contratação temporária de médicos. O pagamento vai ser feito de acordo com as horas trabalhadas e o contrato é de dez meses, prorrogáveis por mais dez.
As inscrições terminam em 12 de junho, mas por enquanto só seis profissionais se inscreveram. Isso porque tem 32 vagas pra preencher e outras 30 do cadastro de reserva. Um concurso com vagas definitivas deve ser lançado nos próximos quatro meses. “No máximo abril de 2016 esses contratos serão realizados. Pelo processo seletivo nos próximos 40 dias”, diz o secretário de saúde.