O leitor participa: Bryan Chagas, de Itajaí (SC), com o poema 'Por quê?'
“A minha geografia é a geopoesia;/ E a minha religião é a compreensão.”
Eis-me envolvido por palavras surdas,
Eis-me com minhas palavras – débeis armas críticas;
Dóceis amantes de um estudante ignorado. Mais um!
Eu preciso manifestar minhas verdades;
Desnudar os erros, as mentiras de todos os dias.
Por que tentar reprimir os impulsos de minha adolescência?
Por que tentar depreciar meus talentos?
Por que tentar reprimir minhas ideologias?
Por que quando ouso dizer: “Não!”, dizem que minhas asas precisam ser cortadas?
Eu preciso denunciá-los, prezados senhores!
Denunciá-los por tentar calar-me;
Denunciar seus manuais respondidos, suas didáticas ultrapassadas;
Eu preciso questionar suas explicações;
Eu preciso denunciar o quadro de giz;
Eu preciso denunciar as carteiras e as cadeiras enfileiradas;
Eu preciso denunciar o espelho de classe;
Eu preciso denunciar o cristianismo imposto;
Eu preciso desmentir as histórias contadas nos livros de História;
Eu preciso esquecer as fórmulas matemáticas que jamais usarei; Eu pretendo escrever sentimentos e não regras gramaticais.
A minha geografia é a geopoesia;
E a minha religião é a compreensão.
Não há fórmulas irrefutáveis,
E o que me atrai não é a força da gravidade,
Mas o desejo de levitar sobre meus sonhos.
Deem-me a oportunidade de divagar nas “aulas vagas”.
São muitos os porquês de minha vida, de minhas vidas.
Senhores, não me roubem a filosofia e a sociologia.
Permitam-me refletir,
Permitam-me conviver,
Permitam-me respondê-los.
Desistam de cortar “minhas asas”;
Será com elas que eu deixarei esse labirinto e voarei em direção ao sol. …
Poema de Bryan Chagas adaptado por Tereza Du’Zai.