Fábio Ávila: 'Brasilzão. Viajante contumaz'

Fabio Ávila

Brasilzão. Viajante contumaz

De São Paulo para Uberaba, passo nove horas na posição monótona e incômoda de uma viagem noturna, da Capital Paulista para a Capital Mundial do Zebu.

Em solo Uberabense, inicio sempre a maratona logo cedo, por volta das 7 horas da manhã, tendo como ponto de apoio – e de referência – o Museu de Zebu, que completa 36 anos de existência em 2019, sendo atualmente o único espaço cultural totalmente voltado ao universo desta raça bovina no planeta Terra.

Buscamos sensibilizar entidades de ensino, culturais, comerciais e financeiras Uberabenses para que estejam voltados às áreas de turismo e os visitamos constantemente, em harmonia com o Museu do Zebu, com o intuito de sensibilizá-los à necessidade da salvaguarda do pouco que resta do patrimônio histórico-cultural e arquitetônico ainda não destruído pela ganância da especulação imobiliária voraz do Triângulo Mineiro.

Na pujante São Paulo, a ”pauliceia desvairada”, através de atitudes pontuais, busca salvar e preservar poucos exemplares ainda existentes do universo arquitetônico-cultural que surgiram ao longo dos 465 anos de existência da cidade paulista.

Sigo então para Belo Horizonte. Ainda jovem ”Curral del Rei” está desfigurada, embora tenha sido uma cidade planejada por um dos melhores projetos urbanísticos e paisagísticos existentes no Território Brasileiro.

Belo Horizonte está suja, pichada, esburacada, maltratada e forrada de mendigos e meliantes em sua área central.

É triste ver a desmoralização das entidades de governo mineiras e, sobretudo, a destruição da outrora urbe encravada em montanhas do sudeste brasileiro.

Em menos de duas horas, em um trajeto de ônibus conturbado, alcanço a outrora capital de Minas Gerais, Vila Rica.

Vila Rica surgiu em 1711 e é um verdadeiro tesouro arquitetônico, barroco e cultural existente em nosso país.

Sinto-me feliz ao perambular pelas ruas da cidade que tornou-se ícone e marco da busca da independência do Brasil da outrora megera madrasta, Portugal.

Vejo-me orientando em voltar a Uberaba para concretizar a viabilização do livro ABCZ – 100 anos de História e Histórias e, em seguida, passando novamente por São Paulo, encontro-me em Curitiba, uma localidade ainda aprazível para se viver no país continente denominado Brasil.

Como viajante contumaz e brasileiro, convicto das possibilidades que este país nos apresenta, sugiro a todos os leitores do Correio do Sul que colaborem para que tenhamos um Brasil melhor.

Viva o Brasilzão!!!