Helio Rubens: 'A Comunicação atual e a futura'

“Estamos vivendo uma fase intermediária”

Ontem participei de uma reunião promovida pelo Grupo de Jornalistas de Itapetininga na Casa Kennedy, com o ilustre e competente jornalista Celso Pelosi, sua esposa Sheila e colegas jornalistas (seguem fotos tiradas pelo emérito fotógrafo Zezinho Trindade)

Foi mais uma experiência rica, onde pudemos aprender bastante.

Quando tive oportunidade para falar, expressei o meu ponto de vista sobre a atual situação da Comunicação no mundo, a qual resumo abaixo, esperando a compreensão dos mais eruditos caso tenha havido uso inadequado, ainda que compreensível pelo púbolico, de certos termos técnicos.

A meu ver, o que está ocorrendo é uma reorganização do modelo de comunicação no mundo inteiro.
Até recentemente o público era apenas um agente passivo na comunicação. Ouvia o que os jornais, rádios e TVs diziam e a partir de então não formava sua opinião.
Atualmente, graças ao advento e ao crescimento das redes sociais, o público meio que inverteu a ordem das coisas e passou a narrar acontecimentos e a opinar sobre eles, tornando-se então, também, jornalistas e comentaristas.
 
Assim, o que antes o público poderia ser entendido como um ‘agente passivo’ no processo, agora tornou-se proativo e até participante dos acontecimentos.
 
Em consequência, o nível médio da Comunicação – que era relativamente alta, porque manifestada por profissionais formados, baixou muito, eis que ‘todo mundo’ (literalmente) passou a ter direito a vez e voz.
 
Os veículos de comunicação tradicionais, diante disso, estão precisando encontrar novos caminhos e talvez, até, passarem a aceitar a inversão de valores e tornarem-se porta-vozes do que pensa o público. Ou, na melhor das hipóteses, serem os fieis da balança, relatando os fatos com a clareza e responsabilidade dos profissionais, dirimindo assim as dúvidas que certamente o novo modelo trará.
Diante disso, entendo que estamos vivendo uma fase intermediária entre o que era – que durou séculos! – e o que vai ser, o que ninguém pode garantir exatamente como será.
 
Há que se admitir, entretanto, que apesar do nível mais baixo, o meio comunicativo passou a ser mais democrático, eis que o processo deixou de ser privilégio de uma classe profissional, a dos jornalistas, e tornou-se ‘de baixo para cima’, com todos os inconvenientes decorrentes, como as fakes news e o seu uso politico, econômico e irresponsável agora permitido.
 

Mas o bom-senso indica que devemos esperar para breve que o processo comunicativo saia rapidamente da fase intermediária que está e encontre um novo patamar mais virtuoso, pois tudo evolui com o tempo.

Helio Rubens
Itapetininga, 18 abril de 2019
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