José Coutinho: 'Ecletismo'
Ecletismo
Hoje percebemos o quanto é necessária essa palavra. Necessária, pois será ela que nos indica que é muito útil a imbricação de várias filosofias para apoiarmos uma nova.
Nossa proposta pode parecer em muito com a de Fourier, que sonhava com os falanstérios.
Essa palavra é uma união da palavra falange + monastério.
Chamo então esse nosso neofalanstério de frente de trabalho, trabalho voluntário, mutirão, fazenda experimental ou ergasia.
Cada igreja ou associação a seu modo disponibilizaria fazenda na zona rural para isso.
Uma das características dessas fazendas seria o contrato de risco, ou seja, o retorno quantitativo só haveria se houver retorno suficiente na agricultura ou na pecuária. Além de ser voluntário é também temporário e renovável. Parece se parecer também com o que chamam de agregação, ou seja, é uma filiação temporária e preferencial ao clero.
Dentre os participantes poderá haver os aspirantes aspirantes e os aspirantes não aspirantes. Aspirantes ao sacerdócio ou à diaconia.
Mas então falemos dos filósofos aos quais nos recorremos para reforçarmos a nossa proposta.
Vemos então que algo que em muito atrapalha os países ocidentais na contemporaneidade é o que chamam de secularismo; para o superarmos teríamos que alterar a redação do artigo 19/I da Constituição Federal e inaugurarmos os tempos da secularidade, ou seja, ajudar sem privilegiar. Nesse giro então de filosofias passamos por Francisco Suárez que desautorizou o direito divino dos reis; David Hume, John Locke que também contestou o direito divino dos reis; o já citado Fourier e finalmente e de forma especial Augusto Comte que criou a palavra altruísmo para com ela substituir a moral. Essa ideia de secularidade parece que encontramos nas propostas de Boaventura de Sousa Santos em reforço à já lembrada diferença entre laicismo e laicidade.
Propugnador da Taxionomosemasiologia