Pedro Novaes: 'Ensinar, educando'
ENSINAR, EDUCANDO
Até os que não a possuem sabem, e alardeiam, que a educação é essencial ao sucesso dos povos.
No Brasil, o ensino tem também a missão de educar, como maneira de tentar uniformizar um mínimo de civilidade, dentre o variado estrato social que frequenta nossas escolas. Escolares de todas as formações e deformações convivem no ambiente, demonstrando, à exaustão, a bagagem civilizatória adquirida no seio familiar.
Parece incrível, mas alunos de origem humilde não são, necessariamente, menos educados que aqueles de origem mais abastada, sendo, muitos, dotados de exemplar comportamento e dedicação. No mister, não cabe qualquer preconceito, sendo comum o fato dos filhos serem melhores que os pais.
Somos um emaranhado de estabelecimentos de ensino, onde despontam, em meio a ambientes inóspitos e carentes, exemplos de eficiência e bom aprendizado. Boas escolas existem, faltando-lhes dispersão pelas diversas regiões.
Ocorre, nas pequenas e médias cidades, um fenômeno estranho, não explicável apenas pelo nível salarial. Os mesmos professores lecionam de maneira diferenciada, conforme estejam em estabelecimentos públicos ou privados.
Os lamentáveis e até cruéis episódios de violência, que vitimam alunos, professores e servidores, constituem a consequência natural de acúmulos de impunidade, que deseducam e até incentivam posturas antissociais. Já são raras as transferências compulsórias, suspensões sem sabor de férias e responsabilizações dos pais.
Em regra, nossas escolas possuem poucas ou mal monitoradas câmeras, o que dá a falsa sensação de anonimato. O dia a dia dos estabelecimentos ensejará, aos menos sociabilizados, a passagem do medo ao respeito.
Ocorrências de maior gravidade constituem casos de polícia, devendo ser tratadas como tal. O importante é emprestar, a cada malfeito, uma consequência.
A falta de ensino profissionalizante enseja a falta de interesse de muitos estudantes, que vêm no colegial isolado um caminho que leva do nada a lugar algum.
Professores possuem natural ascendência sobre os alunos, que não deve ser malversada com ensinamentos subliminares, de cunho ideológico ou referentes a gêneros, precocemente referidos.
Pedro Israel Novaes de Almeida
pedroinovaes@uol.com.br
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.