Fábio Ávila: 'Entre Londrina, São José do Rio Preto e Florianópolis'

Fabio Ávila

Entre Londrina, São José do Rio Preto e Florianópolis

Aos poucos foram chegando os convidados. As mulheres estavam exuberantes em seus ”longos” multicoloridos e os homens pareciam sufocados em suas gravatas nada apropriadas para uma tarde ensolarada que tornava os trajes femininos ainda mais sedutores.

A viagem noturna, por oito horas consecutivas, em clima de inverno de sul brasileiro, foi cansativa pois, na véspera, não dormi ao seguir da Capital Paulista para a Paranaense Londrina.

O dia de trabalho foi intenso, o hotel onde hospedei-me não tinha nenhum charme porém encontrava-se ao lado da estação rodoviária, onde tomaria um outro ônibus para São José do Rio Preto.

Londrina, cidade jovem e descaracterizada, mantém mesmo assim o seu charme na parte central onde se encontra o Bar do Jayme. Neste espaço de encontro de artistas ouvia-se de tudo o que fora referente aos eventos musicais que frequentemente ocorrem no município.

Segui então para o próximo ônibus; noite adentro, até chegar em São José do Rio Preto, onde busquei descansar um pouco em um agradável hotel denominado Augustus.

Às 15 horas seguimos para o local onde ocorreria o casamento dos noivos, Dominique e Roberto, meus amigos e meus primos.

A chácara se encontrava nos arredores da cidade e a vegetação contribuía ao charme do local escolhido para o evento.

A cerimônia estava clássica. O enlace matrimonial ocorreu em uma atmosfera de harmonia familiar, de felicidades para os que não se viam há meses, anos, ou mesmo décadas…

– ”Este menino esteve em minha fazenda, no canal de São Simão, quando Orestes ainda estava entre nós”.

O menino hoje conta com seis décadas bem vividas e busca em seu olhar reconhecer entes queridos de há muito atrás, de há muito tempo não vistos, de há muito tempo não apreciados…

Aos poucos, findo o cerimonial de união, as pessoas foram se aproximando, dialogando umas com as outras, registrando fotograficamente aqueles momentos únicos eternizados em imagens que seriam duradouras e trariam futuramente boas lembranças de Dominique e seu noivo.

Às nove horas da noite, sai às pressas do evento de casamento para ir até a rodoviária tomar mais um ônibus que me levaria para São Paulo, onde deveria, logo de manhã, seguir para o aeroporto e voar até Florianópolis.

Ao chegar em Florianópolis, literalmente cansado, dirigi-me ao Mercado Municipal para degustar uma cerveja gelada sob uma temperatura de oito graus celsius. Etávamos em pleno inverno Catarinense.

A continuidade dos deslocamentos em prol da mendicância cultural é extremamente cansativa e enriquecedora. Em Florianópolis estaria buscando sensibilizar empresas e pessoas para que pudéssemos dar continuidade ao sonho de registrar as Unidades de Conversação do Estado.

Este Estado, está em meu coração onde também vivi, de certa forma, por muitos anos, quando era proprietário do Bar das Artes, em uma pequena rua histórica chamada Esteves Júnior e, por anos a fio, conseguimos deixar os habitantes se deliciarem não só com os quitutes, salgados e acepipes existentes no espaço gastronômico, mas também pela beleza do local e sua decoração.

Hoje, anos após, sinto-me motivado a contribuir para difundir e divulgar as belezas naturais e ecológicas de Santa Catarina.

Vale lembrar que Londrina completa 85 anos e que São José do Rio Preto realiza um enorme esforço para ter o programa de Árvores Urbanas implantando para tornar o clima um pouco mais ameno em uma das mais quentes cidades do Brasil.

Essa é a vida de um editor errante e viajante.