Celso Lungaretti: 'O EPISÓDIO DA INCONTINÊNCIA VERBAL DO LULA SOBRE A COVID-19 COMPROVA A NECESSIDADE DE A ESQUERDA TRANSCENDER O PETISMO'

Celso Lungaretti

ato 1

LULA FAZ A AFIRMAÇÃO MAIS DESASTRADA

DE SUA VIDA INTEIRA: “AINDA BEM QUE 

NATUREZA CRIOU O CORONAVÍRUS”. 



Calado, o Lula é um poeta. 

1234Quando o PT atravessa seu pior momento desde a fundação, aproximando-se a passos largos da irrelevância, Lula faz uma desnecessária e inoportuna profissão de fé no Estado, colocando-se na contramão tanto do anarquismo quanto das várias correntes marxistas que acreditam na abolição do Estado como uma das premissas da libertação definitiva da humanidade (pois esta teria como estágio final uma sociedade sem patrões, sem classes, sem Estado, sem nações, sem forças armadas e sem burocracias parasitárias com poderes discricionários, na qual os seres humanos colaborassem volutaria e solidariamente para o bem comum).

(por Celso Lungaretti)

ato 2
A EMENDA DO LULA FOI MELHOR DO QUE O SONETO
NO QUESITO “DESUMANIDADE”, MAS SUA 
ESTATOLATRIA PERMANECEU.

Faqui

Parece jamais lhe passar pela cabeça que tais questões possam ser resolvidas pela cooperação solidária e voluntária dos seres humanos, sem patrão e sem Estado. 


Parece jamais lembrar-se do magnífico exemplo dos mutirões do seu Nordeste natal, como se o patrão capitalista só pudesse ser substituído pelo Estado patrão e ao povo fosse vedado, por algum 11º mandamento que não é encontrado em Bíblia nenhuma, dispensar ambos os patrões.

Cada um tira dos acontecimentos a lição que suas convicções lhe permitem enxergar. 


As minha é bem diferente da do Lula: homens livres de todos os grilhões, acostumado a resolverem seus problemas em conjunto, ajudando uns aos outros, e que não sofressem a brutal exploração do capitalismo brasileiro, adeririam de pronto ao distanciamento e às demais medidas necessárias para se reduzirem a devastação e as perdas humanas causadas pela Covid-19. 


E, o mais importante: teriam condições materiais para fazê-lo, pois não dependeriam do trabalho do dia para botarem comida na mesa familiar à noite nem viveriam amontoados em moradas tão precárias e exíguas, verdadeiros acintes à dignidade do ser humano. 


(por Celso Lungaretti)