Sandra Albuquerque: 'Socorro! A Terra está morrendo!'

Sandra Albuquerque

Socorro! A Terra está morrendo!

Um grito de socorro paira no ar. A Terra está morrendo!

Ninguém está se apercebendo e é tamanha a destruição em toda parte. Vai da ganância nas lavouras aos domínios dos grandes até aos confins da Terra.

O homem e a natureza já não se entendem, pois ele a poluiu e a envenenou como o cuspe que a serpente lança, mortífero e fatal.

A flora se misturou com a impureza da erva daninha e os frutos silvestres foram modificados e, hoje, selvagens são. Animais belos e interessantes entraram em extinção, pois aqueles que os nossos avós viram, nossos netos não verão jamais. As estações se misturaram e há momentos em que o dia noite se faz e o inverno é verão. A natureza, antes pura, está em guerra e o homem se sente incapaz de contornar a situação. Maremotos, tsunamis, raios, trovões e tempestades devastam a terra, sem dó nem piedade, com tudo o que nela há e puder levar.

O belo, então, num triz vira destroços e as carnes vivas se misturam nos esgotos, perdendo sua verdadeira identidade.

Os confrontos são visíveis.

Na verdade, de quem é a culpa? Do predador ou da presa, já não mais importa, pois não sabemos.

A humanidade está como neurônios que aos poucos se apagam e não tomam consciência e tudo aqui que vemos hoje vai se transformar num profundo lago ardente de enxofre. E quando se pensa que tudo está caminhando para o bem, um inimigo invisível e voraz se aproxima e invade o planeta, atormentando a humanidade.

E agora, o que faremos?

Talvez, tenhamos que refazer os nossos passos, quiçá, nascer de novo. Não somos robôs e, sim, criaturas. Temos sentimentos, apesar de certas alucinações do não óbvio, do abstrato.

Ainda podemos reverter o quadro, não eternizando os erros frequentes e alçar voos para a sensatez.

Então…

Não saiamos pela tangente.

 

Sandra Albuquerque – sandralennen@gmail.com

Rio de Janeiro, 03/02/2020.

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