Jairo Valio: 'Doidice'
Doidice
Lembro com saudades,
Da minha infância maluca.
Diferente dos dias de hoje,
Onde a tecnologia apagou as memórias,
Tão gostosas e inocentes,
Mas outras surgirão,
E às de hoje desaparecerão.
Que, majestosas, subiam ao céu,
Fazendo coreografias fascinantes,
Pois subiam, desciam e depois repousavam,
E tudo aquilo me encantava.
Joguei pião e bolinhas de gude,
E com o estilingue fazia travessuras,
Quebrando vidraças e saindo em disparada,
Até que na ladeira empurrava os pneus,
E depois me jogava no Rio de águas frias,
E na correnteza saciava até minha sede.
Lia gibis e jogava bafo das figurinhas,
E dos álbuns coloridos dos times de futebol,
Trocava figurinhas até achar minhas preferidas,
Do meu time onde era ferrenho torcedor,
Que depois se convertiam,
Em preciosas relíquias guardadas com carinho,
Em mochilas para delas ninguém se apoderar.
As meninas graciosas pulavam amarelinhas,
Brincando de esconde-esconde até a exaustão,
E do passa-anel faziam suas fantasias,
Até que encerravam suas brincadeiras inocentes,
Cantando “Se essa Rua, essa Rua fosse minha,
Eu mandava, eu mandava Ladrilhar,
Com pedrinhas, com pedrinhas de Diamantes,
Só para ver o meu Amor passar”.
Jairo Valio valio.jairo@gmail.com
20-07-2020