Antônio Fernandes do Rêgo: 'As pelejas de Jacó'
As pelejas de Jacó
Viveu para viver suas pelejas,
Nasce agarrando o calcanhar do irmão,
Entra um dia na luta benfazeja
Pela caçula filha de Labão.
Para ele, só sua pastora bela.
Burlado por seu pai, amarga o fel,
Não quis a Lia. Amava a outra, só ela…
E serviu mais sete anos por Raquel.
Pastor correndo na relvosa alfombra,
Tangendo ovelhas com a mulher amada,
Às vezes sentados da palmeira à sombra,
Pegureiro audaz que a pastora agrada.
Na volta ao pai, no encontro com o anjo,
Insiste e segue com sua bênção
Para o irmão Esaú com um novo arranjo,
Voltará a paz aos netos de Abraão.
Deu-lhe o anjo novo nome abençoado,
Segue em frente com o nome de Israel,
Triste, defronte ao parto malfadado,
Chorou no poço onde gemeu Raquel.
Vida com tantas lides adstritas,
Uma herança de triunfos e de brilhos;
Sim, uma vez que as tribos israelitas
Foram formadas por seus doze filhos.
Como em pelejas doridas de Jacó,
Venceremos e vem a redenção,
Vai nascer na terra um dia melhor,
Quando for passado este furacão.
Que depois de vencida a tempestade,
Amanhã sopre o vento da manhã;
Sob a mão da Suprema Divindade
Que há de vir com a Lira Guardiã.
Antônio Fernandes do Rêgo
aferego@yahoo.com.br