Antônio Fernandes do Rêgo: 'Canção do irmão'
Canção do irmão
(21 de setembro, Dia Internacional da Paz)
Lá nos campos eu tenho meus irmãos,
Que às manhãs tangem o gado a pastar;
À tardinha se vão pra arrebanhar,
E à noite entoam repentes nos seus lares.
Na floresta também eu tenho irmãos,
Na prática tribal, na aba dos rios,
Na pesca ou no labor dos lavradios,
Postulam por ser livres nos palmares.
Em todos os recantos irmãos eu tenho,
Lá, nos redores da urbe e na campina,
Também na abrupta encosta da colina,
Ou no cerrado onde houver solares.
Rebentos da Terra, filhos de Adão,
São tantos pra eu contar e recontar;
Quantos com os seus sonhos pra cantar,
Que não cabem em cantos singulares.
Neste mundo eu tenho tantos irmãos,
Desencontro e depois volto a encontrar,
Todos com uma história pra contar
Que gostaria de pôr em meus cantares.
Tenho três irmãs entre os meus irmãos,
Uma é a Liberdade, o seu apelo em grito
Escrito está a ferro e fogo em granito
Entre as nações e em todos os lugares;
A outra tem a bandeira branca às mãos,
Seu nome é Paz, é a própria dignidade,
Conduz um sonho: unir a humanidade
E clama ao mundo em todos patamares;
A Concórdia semeia os grãos da Paz;
E marcham… marcham as três, dia-a-dia,
Até por terras onde graça a tirania,
Porque são minhas irmãs bem similares.
Antônio Fernandes do Rêgo