Antônio Fernandes do Rêgo: 'Do que não abro mão'

Antônio Fernandes do Rêgo

Do que não abro mão

Eu abro mão do verão

Da brisa quente do mar,

Do outono eu abro mão

Das folhas secas no ar.

 

Abro mão do frio inverno

Da neve nas cordilheiras,

Da casimira do meu terno,

Do gelo das cachoeiras.

 

Sim, eu abro mão de tudo

Onde a natureza esmera

O seu esplendor, contudo

Não da sua primavera.

 

Bela quadra das mil cores,

Que seja a última quimera,

Mas eu quero os meus amores

Dos vergéis da primavera.

 

Antônio Fernandes do Rêgo

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