Antônio Fernandes do Rêgo: 'A dama e o vagabundo'
A dama e o vagabundo
Eram os dois numa ‘dança’,
Ele carregava a fama,
A boemia e as andanças.
A sua vida era esta:
Dias farreava no mundo,
Alguma noite iam à festa,
Era a dama e o vagabundo.
Ela perguntava da lida
Ele falava em burguesia,
Bares, tabernas da vida;
E ela apenas sorria.
Mas um dia ela lhe falou
Sem sorriso no rosto:
“Boemia ou o meu amor!
Meu desafio está posto!”
À outra noite despois desta
Emocionado para ela
Fez sua última seresta
Em frente à sua janela.
“Adeus, adeus serenatas,
Adeus serestas de amor,
Montes rios, cascatas”.
Cantou também o boêmio:
“Deixo as noites de luar,
Mas eu ganho como prêmio
Uma dama para amar”.
Ficou triste na parede
Pendurado o violão.
É assim que se despede
Da farra pela paixão.
Antônio Fernandes do Rêgo
aferego@yahoo.com.br