Antônio Fernandes do Rêgo: 'Sorriso de criança'
Sorriso de criança
Pelo rubro raiar da madrugada,
Pela canção do violão que chora
Pela saudade da mulher amada.
Pelo crepúsculo do entardecer,
Pela mais bela flor da primavera,
Pelo rumor da fonte de cristais,
Por um instante de fugaz quimera.
Pelo furor dos mares nos rochedos,
Pelo múrmur das águas corredeiras.
Pelas pérolas azuis do mar do Sul,
Pela história de amor mais verdadeira.
Pelas sete cores do arco-íris,
Pelas sete maravilhas do mundo,
Pelo voo dos dourados colibris,
Pelas montanhas mil do mar profundo.
Pelo trino belo e mago das aves
Nessas manhãs no seio das ramagens,
Por uma lira que canta e suspira
Ao toque doce e brando das aragens.
Pela saudosa lágrima que cai,
Não há nenhuma tão meiga lembrança,
De tudo que é primor que vi no mundo,
Que a do sorriso puro da criança.
Que semblante, que olhar descontraído!
Mavioso esplendor do amanhecer,
O mais belo rosal que o Céu plantou
Na terra e que nos faz reverdecer.
Antônio Fernandes do Rêgo
aferego@yahoo.com.br