Verônica Moreira: 'Inquietude'

Verônica Moreira

Inquietude

Vago pelas ruas em pensamentos, procuro e nada encontro, apenas vejo casas, prédios e carros parados, mas nada mais vejo.
As luzes amareladas, lâmpadas velhas, vielas desertas e um deserto de esperança dentro de mim.
Não quero retroceder, devo continuar a passos lentos ou devo voltar para trás?
É tudo tão incerto, tão vago, tão deserto!
Onde estará a trilha que me levará ao paraíso?
Se, porventura eu estiver perdida e alguém encontrar-me, leve-me de volta pra casa! Ajude-me a reencontrar-me!
Pareço mesmo perdida! Não encontro alento, só lamento! Perdoe meu coração! Ele anda em solidão e não tenho uma explicação, pareço estar presente, mas agora são só palavras de uma mente inquieta, que muito sente!
Não! Não sou descrente!
Sou apenas devaneios de noite sem lua, de uma rua sem saída, de uma varanda sem rede, de uma casa sem paredes, sou fadiga, sou fome e as vezes sou banquete.
Não  busco compreensão! Me deixem apenas vagar em palavras intrusas que não apontam caminho, mas deixam trilhas sonoras, de um pranto que escorre fora de hora, nos entulhos de um castelo que a dor e o desencanto fizeram ruir.
Verônica Moreira
veronicanoe398@gmail.com