Verônica Moreira: 'Permita-me apresentar-me'
Eu sou aquela menina que um dia correu descalça na rua, que sonhava ser bailarina e que com os pés despreparados não pôde realizar seu sonho.
Talvez não fossem apenas os pés, eu estava totalmente despreparada para ingressar-me na ‘possível’ realização desse sonho.
Havia feridas profundas que não afetaram apenas os pés, mas que abalaram a estrutura psicológica de uma menina que apenas sonhou um dia ser bailarina.
Essa menina cresceu e, apesar de ferida, pôde caminhar e pisar com os pés mais firmes, contornando obstáculos, porque seguir em frente era sua meta.
Ela lutou, enfrentou com coragem seus medos, suas inseguranças e as feridas do passado já não causavam-lhe desconforto, pois ela aprendeu a voar com os pés mais preparados.
Seus pés agora possuíam asas que a conduzia a lugares mágicos, onde os sonhos poderiam ser possíveis e ela acreditou em si, acreditou que tudo poderia ser possível, sim!
Ela decidiu dar o melhor de si e encontrou no caminho que percorria um novo amor, de nome poesia!
A poesia a tomou por completo, de forma que ela passou a regar seus dias, seus sonhos e tudo o que ela mais amava, com a fonte que da poesia jorrava, o mais puro manancial de amor.
A poesia abraçou-a e hoje seus pés já não sentem o peso que outrora a torturava, o peso de um passado que, vez ou outra quando lembrado, cortava-lhe feito navalha.
Permita-me apresentar-me!
Não sou mais aquela menina descalço, com os pés vermelhos de terra e feridos.
Eu fui curada pela poesia e hoje sou portadora de cura, de vida, de amor! Me tornei o que não imaginei, mas sou grata por tudo que a poesia me fez.
Verônica Moreira
veronicanoe398@gmail.com