Antônio Fernandes do Rêgo: 'Mar à vista'
Mar à vista
Antes que chegue o amanhã,
Antes que venham as cãs,
As gaivotas estão lá.
Em parapentes voar
Suspensos nossos sonhos,
Ao sol dos dias risonhos,
Jogando as pernas pro ar.
Nós de emoções corados,
Sem nós, sem cadeados,
E do afã nos libertar.
Seremos ali, decerto,
Mais um tenro casal
Amantes da vida real,
A fitar o mar aberto.
Tendo à frente o atalaia,
O fanal aquém da praia,
Sem vê horas, sem calendários.
Mô, vamos ver o mar!
Traga o teu o talismã,
Lá, dizem que há Iansã
E Princesa de Aiocá.
Fazer nossos segundos,
Lá fora é tão belo o mundo,
Jogue os problemas pro ar.
Mô, vamos ver o mar!
Viver cada minuto
No nosso poema enxuto,
As gaivotas estão lá.
Antônio Fernandes do Rêgo
aferego@yahoo.com.br