Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Enriquecer o Natal dos pobres'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Enriquecer o Natal dos pobres

Um ano se passou e, novamente, estamos a vivenciar mais um período tradicional e muito sensível, no melhor sentido do termo, ou seja: a Quadra Natalícia é, possivelmente, um espaço de tempo muito próprio para estreitar amizades, reunir as famílias, em boa Harmonia, com alegria, paz e felicidade, entre os seus membros.

Este dia do ano, comemorado pelos crentes cristãos, assinalando o nascimento de Jesus Cristo, naturalmente que é experienciado com a maior religiosidade, respeito e várias cerimónias do culto. Sucedem-se, um pouco em todas as Igrejas os rituais próprios das diversas religiões.

Por outro lado, o Natal, na circunstância, em Portugal, é, geralmente um tempo de alegria, de encontros, troca de presentes e onde a gastronomia, relativamente diversificada, em função dos hábitos e tradições de cada região, faz as honras da época e, globalmente, do País.

Em qualquer parte do mundo, onde se celebra o Natal, nas suas duas dimensões: a sagrada e a profana, verifica-se que quanto a esta última, se poderia considerar um período consumista, em que a corrida aos estabelecimentos comerciais é quase uma loucura, de resto, no próprio dia 24 de dezembro, bem ao final da tarde, ainda há quem procure comprar o objeto que deseja oferecera a alguém.

A outra face do Natal, eventualmente, a mais perversa, prende-se com a situação daquelas pessoas sem-abrigo, das famílias que ainda vivem no limiar da pobreza, ou em autêntica miséria. É certo que nesta quadra há dezenas de Instituições sociais e organizações não governamentais e de voluntariado que prestam o auxílio solidário possível, nomeadamente: alimentação condizente com a época, abrigo e higiene.

Por isso mesmo, sempre haverá quem diga que todos os dias deveriam ser Natal, porque assim nunca nos esqueceríamos: dos mais desfavorecidos, dos marginalizado, dos imigrantes e de todos os que, de alguma forma, sofrem de uma qualquer discriminação negativa.

Na verdade, enquanto houver uma pessoa em dificuldade: física, económica, de não reconhecimento da sua dignidade, de uma criança abandonada, de um idoso descartado pela sociedade, de milhares de desempregados sem qualquer apoio social e outras situações atentatórias dos direitos e deveres humanos, que assistem a todas as pessoas, o Natal é mais um dia, no calendário anual.

É claro que não se pretende acabar com o Natal, enquanto houver uma situação inaceitável na comunidade humana. Importa, sim, festejar o Natal, entre todos, com todos e para todos, mas, para que assim possa continuar, é necessário que: se criem condições para que todas as pessoas sejam respeitadas na sua honorabilidade; que possam desfrutar de alimentação, assistência médica e  medicamentosa, trabalho, habitação, autonomia e segurança; que quem está privado da liberdade, por qualquer circunstância menos boa da vida, pelo menos possa ser visitada e acarinhada pelos familiares e amigos.

O Natal deve envolver alegria sim, mas também solidariedade, compreensão, tolerância e respeito pela superior dignidade da pessoa humana. O Natal deve unir-nos, os que podem que sejam generosos e ajudem os que precisam, porque de contrário, o Natal passará a ser uma festa de quem menos precisa, da opulência, dos consumos desregrados. Certamente, não terá sido esse, o desejo de Jesus Cristo

Aproveito para vos desejar: Um Santo e Feliz Natal, com verdade, com lealdade, com reciprocidade, se possível, com gratidão, seja no seio da família, seja com outras pessoas, com aquela amizade de um sincero «Amor-de-Amigo», com um sentimento de tolerância, de perdão e muito reconhecimento para com todas as pessoas que, ao longo da minha vida, me têm ajudado, compreendendo-me e nunca me abandonando. É este Natal que eu desejo festejar com muita alegria, pesem embora as atuais restrições e condicionalismos, impostos por uma pandemia cruel e mortífera.

 

GRATIDÃO.  «Proteja-se. Vamos vencer o vírus. Cuide de si. Cuide de todos». Cumpra, rigorosamente, as instruções das autoridades competentes. Aclamemos a vida com Esperança, Fé, Amor e Felicidade. Acreditemos nos investigadores, na Ciência, na tecnologia e instrumentos complementares. Estamos todos de passagem, e no mesmo barco. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros.  Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música.

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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

 

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