Amanda Quintão: 'Vã esperança'

Amanda Quintão

Vã esperança

Sem a capacidade de reinventar-me,
Sem minha loucura, sem meus versos poesia, Eu me perderia…
Se eu não pudesse fugir para um mundo só meu…
Se eu não pudesse voltar a ser criança…
Se eu tivesse que aceitar apenas essa realidade dura e cruel.
O que seria de mim sem essa resiliência…
Sem o amor de Deus, sem a ciência sem a arte que me move, sem as letras que posso mudar, combinar, poetizar?
E se eu não pudesse sonhar?E pra você, leitor(a) do ROL, agora, uma história em forma de poesia eu vou contar:

Uma jovem árvore, plantada perto de um muro, pensou que seria notada, pobre arvorezinha ! Floresceu por anos sem ser regada.

Ofertou frutos, sombra, amor, fidelidade, sensibilidade e beleza. Sobrevivendo a gotículas de chuva que caiam sobre o telhado da esperança, cujo morador quase nunca estava por perto.

Vã Esperança…
Em troca recebeu a ingratidão,

foi maltratada, traída e humilhada.
Perdeu os anos, a cor,
o brilho e o encanto.A rispidez e sua própria amargura,
secaram suas raízes, trazendo o pranto da morte que se aproximava.
Deixou de clamar por água…
Aceitou seu triste destino.Moral da história:
A falta de reciprocidade mata o amor.
Cuide bem do seu jardim!
Cuide bem da sua flor!

Amanda Quintão 

amanda-quintao@hotmail.com