Márcio Castilho: 'Sarau de Todos os Tempos'
Sarau de Todos os Tempos
Ao tempo que não é só meu;
Tempo de infante, tempo de maturidade;
Tempo de hoje, tempo de antes,
Tempo de toda e qualquer idade.
Bem- vindo ao tempo da atemporalidade;
Tempo da arte, tempo do adeus,
Tempo de todos os lugares.
Bem- vindo ao tempo dos selos, dos celulares,
Dos LPs, dos CDS, dos materiais escolares;
Tempo da fita cassete, do Blu-Ray, do VHS,
Tempo do laptop, tempo da máquina datilográfica,
Tempo das cartas, tempo do e-mail,
Tempo que, destarte, não reparte
Inícios, fins e meios.
Bem- vindo às horas a desoras
Nos átomos deste poema e de todos d’antes poetizados,
Para que a vida arquive tudo aquilo que se vive
Por tudo o que valeu ou vale a pena.
Bem- vindo ao tempo da pluricelularidade,
Dos modernos e da ancestralidade;
Ao tempo da bactéria,
Ao tempo do que sou,
Ao tempo do que fui,
Ao tempo do que eu era.
Bem- vindo ao tempo de todos,
De todos os seres,
De todas as cinzas,
De todas as vezes,
De todas as décadas, anos e meses;
De todas as cápsulas e compartimentos,
De todo o ficar e de toda a partida;
De todas as válvulas, de todas as vidas,
De todos os tempos.
Márcio Castilho
marciocastilho74@outlook.com