Márcio Castilho: 'Ode à Saúde (Higia)
Ode à Saúde
Eu canto pelos doentes,
Pelas células,
Pelas férulas dos membros dormentes.
Eu canto pelas pílulas,
Pelas fístulas,
Pelos corredores emergentes.
Eu canto para trazer lenitivo;
Pela higidez do ser vivo,
Cantarei continuamente.
Pelos marca-passos,
Para que o coração bata sinusalmente.
Eu canto por todo o canto,
Eu canto entre ambus e ventiladores mecânicos;
Eu canto por todos os lados,
Pelos corações desfibrilados;
Eu canto por esta lida
Uma canção visceral, incontida.
Eu canto as antíteses,
As metáforas,
Os oximoros
Ao som de um hospital,
Entre bombas de infusão,
Oxímetros,
Eletrodos,
E aparelhos de pressão.
Eu canto no hiato das horas…
Eu canto por essa vida intensiva,
Difundindo sons pela acústica
Nos tons vermelhos da sala,
No amarelo da ala
E nas vias cirúrgicas.
Portanto, eu canto
Em dias tais,
Em noites tantas,
Dispersando as cores lúgubres.
Eu canto pela saúde.
Márcio Castilho
marciocastilho74@outlook.com