Sandra Albuquerque: 'Praia da Urca'
Praia da Urca
Ao cair daquela tarde
não posso me esquecer:
As águas ficaram espelhadas
e o reflexo do sol se pondo
refletia sobre elas.
E pensar que ao chegar ali
o dia estava apenas amanhecendo
e a chama da natureza foi me comovendo
e eu a abracei o dia inteiro.
Ah, que delícia!
Meu corpo mergulhado nas águas
O céu estava límpido
de um azul maravilhoso
e nenhuma nuvem Nimbos.
As gaivotas
bailavam com graça
num belíssimo espetáculo.
As pedras mergulhadas na água:
era a maré que estava cheia
e eu sentada em minha cadeira de praia
observava cada movimento das ondas
e tudo o quanto meus olhos
podiam contemplar.
E para mim parecia um presente,
pois não havia ninguém na areia e na água
Talvez, porque eu quisera contemplar
os primeiros raios solares .
E de repente…
Um ser ali e outro acolá
Naquele universo tão vasto.
Por horas banhei o meu corpo
e nas outras
deixei os reflexos dos raios solares
dourarem o meu corpo.
E para que o tempo passasse em grande estilo
li vários poemas de amigos meus e os
que deixei nas entrelinhas de uma Antologia.
E as estórias me inspiravam
nas diversas expressões faciais.
Mas as pessoas que ali estavam
eram distantes no observar.
Ainda que eu sorrisse
ou deixasse
que uma lágrima rolasse
do meu rosto,
jamais ninguém veria.
Oh, adorável dia
à base de água de coco
e de um delicioso peixe!
Nem vi o tempo passar
e quando dei por mim
notei que agora
era um novo espetáculo a ser visto.
As luzes da cidade
começaram a dar
o ar de sua graça
e a orla ficou toda iluminada.
E comecei a caminhar nas areias
da Praia da Urca
sem pressa de voltar para casa.
Com os pés imersos nas águas
que mais faziam bolhas
e a brisa soava mansinho
e ali fiquei por um bom tempo
até ter coragem
de deixar aquilo tudo ali
e retornar a minha realidade.
Rio de Janeiro,26 de janeiro de 2021
Autora: Poetisa Sandra Albuquerque
(Direitos Reservados à Autora – Lei 9.610/98.)