1ª Mostra de Monólogos MoMo
Alvenaria Espaço Cultural apresenta a 1ª Mostra de Monólogos MoMo entre os dias 16 a 23 de março
De 16 a 23 de março acontece no Alvenaria Espaço Cultural a 1ª Mostra de Monólogos MoMo. O festival reunirá sete espetáculos solos aprovados em edital com o apoio da Lei Aldir Blanc, todos com transmissão online pelo site da casa (www.alvenaria.art.br). Entre eles, uma estreia, Madame e a Faca Cega, da Nossa Companhia. O evento contará, ainda, com um trabalho internacional convidado especialmente para dar visibilidade a experimentos teatrais de outros países, Nina e as despedidas (França). Todas as apresentações serão gratuitas.
Segundo as idealizadoras do projeto, Bia Toledo e Tati Bueno, a ideia do festival nasceu do caráter excepcional imposto pela pandemia de covid-19. Diante do fechamento dos teatros e demais espaços culturais, surgiu a necessidade de se encontrar novos formatos de levar arte e cultura aos espectadores. O resultado é uma seleção de trabalhos intimistas que dão visibilidade à cena teatral independente, mantendo vivo o vínculo entre quem faz arte e quem a aprecia, mesmo com a distância física exigida pelo momento.
A seleção dos espetáculos foi feita por uma equipe de curadores com especial atenção à perspectiva de gênero, privilegiando obras que abordam a temática da diversidade, na forma e no conteúdo, ou que tenham mulheres protagonistas, em cena, na dramaturgia, na direção ou na técnica.
“O caráter destemido do projeto é parte integral da sua idealização. Estamos a postos para abrir um diálogo autêntico com a sociedade. E, nesse sentido, MoMo, nome do deus grego que personifica a ironia e o delírio, foi a inspiração para a primeira edição da mostra”, contam Bia Toledo e Tati Bueno.
Confira a programação completa do MoMo, a 1ª Mostra de Monólogos do Alvenaria Espaço Cultural
PAIXÕES DA ALMA – 16 de março, às 20h30
Cláudia Missura prepara um ensopado e dá a receita de como se proteger das paixões que atacam nossa alma, neste monólogo inspirado na obra do filósofo francês René Descartes.
Ficha Técnica
Com: Cláudia Missura
Direção e Adaptação: Marcelo Romagnoli
Operação de som: Joana Bergman
Criação musical: Natália Mallo
Objetos cenográficos e luz: Marisa Bentivegna
COMO TODOS OS ATOS HUMANOS – 17 de março, às 20h30
O espetáculo aborda a naturalização da violência, levando à cena, numa alusão inversa de Electra, uma narrativa tétrica na qual a filha, obcecada por seu pai, é por ele subjugada.E, ao contrário do que dita sua paixão e admiração, o extermina furando seus olhos com um estilete. Ao cometer esse “parricídio ocular”, ela termina por incidir simbolicamente no aniquilamento arquetípico do patriarcado e de toda a vigília que a redoma masculina exerce sobre a mulher.
Ficha técnica
Dramaturgia e atuação: Fani Feldman
Direção: Rui Ricardo Diaz
Assistência de direção: Plínio Meirelles
Treinamento e preparação: Antonio Januzelli
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Cenário/Figurino: Daniel Infantini
Idealização: Cia. do Sopro
Produção: Quincas
Fotos: Cabelo Duro Produções
OSSADA , A LIVE – 18 de março, às 20h30
Os três pequenos monólogos de Maureen Lipman, atriz e autora inglesa ainda desconhecida aqui no Brasil, foram adaptados por Elzemann Neves, João Wady Cury e Ester Laccava, e trazem em comum mulheres “estendidas” em sua existência. Elas desafiam, delicadas na transparência do patético confessado. Para dar potência a esse humano indomesticável, Wislawa Szymborska, poeta polonesa e ganhadora do Nobel de literatura, e Laurie Anderson, artista multimídia, completam a performance da atriz e diretora Ester Laccava.
Ficha Técnica
Direção e atuação: Ester Laccava
Texto: Maureen Lipman
Adaptação: Elzemann Neves, João Wady Cury e Ester Laccava
Trilha sonora: Muep
O MEU LADO HOMEM – 19 de março, às 20h30
Musical baseado na obra obscena “Cartas de um Sedutor”, da premiada escritora Hilda Hilst. O espetáculo mostra Sápata Magáli, uma espécie de anti-heroína ridícula, como apresentadora de um cabaré. Acompanhada pelo violonista Luiz Gayotto e pela saxofonista Simone Julian, Sápata soma à prosa de Hilda um repertório musical variado e de forte apelo popular. Ela relembra fatos de sua vida, canta e permite à plateia um passeio pelo seu coração. Nas palavras do crítico Wellington Andrade, para a Revista Cult, “Sápata Magáli mostra-se como a pitonisa ideal ao deboche refinado de Hilda Hilst”.
Ficha Técnica
Texto: Hilda Hilst “Cartas de um Sedutor”
Concepção e Atuação: Luís Mármora
Direção Artística: Marcelo Romagnoli
Direção Musical: Luiz Gayotto
Adaptação e Roteiro: Luís Mármora, Luiz Gayotto e Marcelo Romagnoli
Músico: Luiz Gayotto (violão)
Iluminação: Marcelo Romagnoli
Figurino: Kabilan Aruanda
Cenário: Rafael Bicudo
Projeto Gráfico: Artefactos Bascos
Produção e Realização: Marmorhaus Produções Culturais
A ÚLTIMA DANÇA – dia 20 de março, às 20h30
Monólogo inspirado no diário de fábrica da escritora e filósofa francesa Simone Weil. Nascida em 1909 em Paris, filha de médico, aos vinte anos ela aluga um quartinho perto de uma fábrica, despede-se dos pais, amigos e das aulas de filosofia para trabalhar na linha de montagem com o objetivo de escrever sobre a condição operária e a opressão social. A partir dessa vivência, Simone deixa uma espécie de diário relatando o seu dia a dia: a fome, as labaredas, os ruídos ensurdecedores, os acidentes, as doenças, as ordens, o medo, o esgotamento, o envelhecimento, a infelicidade, o emburramento. Com dramaturgia de César Baptista, o espetáculo foi construído a partir dos relatos dessa mulher revolucionária, revivida no palco pela atriz Natalia Gonsales.
Ficha Técnica:
Concepção e Atuação: Natalia Gonsales
Dramaturgia: César Augusto
Provocadores: César Augusto/ Janaína Suaudeau e Fernanda Bueno
Direção de Movimento: Fernanda Bueno
Trilha Sonora: Daniel Maia
Iluminação: Igor Sane
Cenário: Flávio Tolezani
Figurino: Natalia Gonsales
Designer Gráfico: Murilo Taveira
Operador de Som: Vivi Barbosa
Operador de luz: Igor Sane
NINA E AS DESPEDIDAS (França) – dia 21 de março, às 20h30
Livremente inspirado no poema Ausência, de Carlos Drummond de Andrade, Nina e as Despedidas é uma ode à morte, ao fim e aos recomeços. Uma performance sem palavras, entre gestos e balões, que evoca com delicadeza aquilo que morre para dar lugar a novos horizontes.
Ficha Técnica
Dramaturgia, direção e interpretação: Janina Tupã / Cie Platform 88
CAFÉ DA GRAXA – dia 22 de março, às 18h
O Café da Graxa é uma série de conversas com técnicos, de maneira informal e sem censura. Uma pausa para o café durante o expediente, contando causos do backstage, piadas, experiências na área de atuação e o que vier à cabeça. Cecília Lüzs conduz um bate-papo descontraído regado a muito café, como os papos do camarim, café da esquina, boteco…
Apresentação: Cecília Luzs
MADAME E A FACA CEGA – dia 23 de março, às 20h30
Vera vai, como de costume, gravar seu programa de culinária. Mas desta vez Madame atormentará seus pensamentos.
Ficha Técnica
Direção e Dramaturgia: Tati Bueno
Elenco: Alexandra DaMatta;
Assistência de Direção: Bia Toledo
Preparação de Elenco: Inês Aranha
Trilha Original: Rogério Bastos
Desenho de luz e operação de iluminação: Samya Peruchi
Direção de Fotografia: Nara Ferriani
Cenário e Figurino: Nossa Companhia
Captação de Áudio e Operação de Som: Cecília Lüzs
Técnico de Streaming: Lucas Martinez
Direção de Produção: Clube do Mecenas
Produção Executiva: Camila Pontremoli e Bia Passet
Fotos: João Valério
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização: Nossa Companhia
Sobre o Alvenaria Espaço Cultural
Idealizado por Bia Toledo e Tati Bueno, o espaço é gerido por mulheres e aberto para todes. O Alvenaria é um espaço cultural colaborativo independente e multiplataforma que existe desde 2018 e oferece uma programação variada de cursos online e presenciais, shows independentes, peças de teatro e exposições de arte. Também é sede da “Nossa Companhia de Teatro” e tem espaços para ensaios de teatro, música, dança, cursos, produções de foto e cinema, loja colaborativa e um café/bar. A curadoria visa abrir espaço para artistas de diversas áreas mostrarem seu trabalho, repensando os modelos de sustentabilidade da cultura. Entre as suas atividades se destacam alguns projetos: Curtaria, mostra permanente de curtas-metragens, privilegiando a cena independente; Sexta Autoral, shows de músicos independentes; Dramaturgia na mesa, projeto de leituras dramáticas de autores da cena contemporânea. Com pouco mais de 2 anos, já realizou cerca de 200 eventos entre shows, cursos, peças de teatro, aniversário e casamentos. Circulam pela casa cerca de 400 pessoas por semana.