Verônica Moreira: 'O poder libertador da escrita'

Verônica Moreira

O poder libertador da escrita

O que me traz aqui agora é a necessidade de expressar-me, é essa respiração ofegante, essa confusão insistente em minha mente que vem e se faz sempre presente.

O que me faz escrever agora é a aflição de minhas mãos que não querem parar de escrever; é a inquietude dos pés que caminham pela casa pra lá e pra cá, incansavelmente.

Pronto!  Algo já começa a mudar…

Finalmente consigo parar um pouco, aquietar-me, tranquilizar-me, mas, sem parar de escrever, ainda escrevo o que sinto…

O que faz-me parar agora é perceber que, ao escrever, vou colocando pra fora tudo que me perturba; tudo que me fadiga e tudo que me instiga; vou me libertando a cada estrofe…

Agora, já me sinto mais leve, a respiração mais suave e os passos mais leves!

Meu coração já se acomoda dentro de mim, ele se acalma e adormece enquanto escrevo.

Já posso pensar em terminar o que comecei sem medo, o desespero se foi e percebo como a poesia me liberta, envolvendo-me e acrescendo-me, sou terra sedenta, mas não morta!

Posso beber meus goles de poesia e me derramar nas entrelinhas até extasiar-me de amor na leveza de seus versos curandeiros.

Ah, se o mundo soubesse o poder libertador que há na escrita, faria da vida um livro cheio de milagres revelados e eternizaria cada conquista!

A vida é uma história que deve ser escrita e eternizada, para deixarmos heranças de sabedoria para as gerações futuras.

 

Verônica Moreira